Desnutrição leva às doenças degenerativas

Associada muitas vezes aos indicadores de pobreza, a desnutrição não atinge apenas a população de baixa renda, que não possui acesso a uma alimentação balanceada. Fatores genéticos, ambientais e a falta de informação e conhecimento sobre alimentação também são responsáveis por grande parte dos casos da desnutrição no Brasil. Estima-se que 55% das mortes infantis que ocorrem em países em desenvolvimento estão relacionadas à má alimentação e que boa parte deste percentual poderia ter seu índice diminuído com ações que envolvam orientação alimentar e nutricional, cuidados pré-natais e aleitamento materno.

Alguns estudos apontam ainda a co-existência entre a desnutrição e o risco de doenças crônico-degenerativas, como alguns tipos de câncer e diabetes. Dados recentes divulgados pelo Hospital das Clínicas de São Paulo apontaram que mais de 49% dos pacientes hospitalizados, com sintomas de outras doenças, foram também diagnosticados como desnutridos.

Com efeito, é comum alguns pacientes internados com anemia, problemas de colesterol, entre outros sintomas, descobrirem que estão também desnutridos. Isso ocorre por causa dos maus hábitos alimentares. ?A carência de vitaminas e nutrientes, e o descuido com a nutrição bem como a falta de exercícios físicos, favorecem o surgimento de doenças nutricionais que poderiam ser prevenidas com medidas simples de educação alimentar e com a disponibilidade de mais informações sobre alimentação e nutrição?, ressalta o nutrólogo José Eduardo Dutra de Oliveira.

Pesquisas apontam que entre 10% e 15% da população brasileira apresenta desnutrição por falta de acesso a alimentos em quantidade e qualidade adequada, e que cerca de 60% apresentam distúrbio nutricional alimentar por ingerir alimentos pobres em nutrientes essenciais. Estima-se que cerca de 40% dos desnutridos poderão apresentar doenças crônicas posteriormente.

A conclusão dos especialistas é de que promover informação e esclarecimento sobre as normas de uma boa alimentação é fundamental para prevenir e impedir o avanço de doenças crônicas e da obesidade que crescem no País.

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