A Semana de Enfermagem foi instituída por meio do Decreto 48.202, de 12 de maio de 1960, para ser celebrada anualmente, de 12 a 20 de maio, datas nas quais ocorreram, respectivamente em 1820 e 1880, o nascimento de Florence Nightingale e o falecimento de Ana Nery. Nesse período devem ser realizados eventos em homenagem a esses vultos da enfermagem. Eventos de cunho técnico-científico. Mas a discussão, é importante ressaltar, deve contemplar, de forma significativa, o papel da profissão da enfermagem junto à sociedade. O profissional de enfermagem realmente sabe a importância de sua profissão? E o ensino de enfermagem, como vai? Nossos enfermeiros, enquanto líderes de equipes de enfermagem, prerrogativa conferida por força da Lei Federal 7.498/86, têm exercido com sucesso sua liderança?
A resposta está no silêncio dos profissionais e da sociedade. Profissionais que, lamentavelmente, não exercem seu papel por desconhecimento das prerrogativas legais que o permitem; e uma minoria da população, com exceção das pessoas que têm algum envolvimento pessoal com a profissão, faz distinção entre um profissional de nível médio e um de nível superior quando recebe cuidados de enfermagem. A referência na assistência à saúde, para a população de um modo geral, continua a ser a medicina.
E o que falar do ensino de enfermagem? Inúmeras são as instituições de ensino de enfermagem, tanto de nível médio, como universitário, profissão regulamentada por lei, criadas e lideradas por profissionais estranhos a essa atividade, minimamente preocupadas com a sua qualidade. O sistema Cofen/Corens é a única entidade representativa da profissão, entre as várias associações e sindicatos existentes, que empunha a bandeira da preocupação com o ensino da enfermagem. Nenhuma outra, nem mesmo os enfermeiros docentes o fazem. Quando não criticam seu conselho de classe, se omitem, como meros espectadores do embate.
A nós, embora exaustos após tantas batalhas, só resta acreditar que ainda há solução, pois se não o fizermos, perderemos a crença em nossos ideais, e em nós mesmos!
Jurandy Kern Barbosa, presidente do Coren-PR.
