Se você sente dores no corpo e desânimo para trabalhar é preciso ficar atento, pois você pode estar com a síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do desgaste profissional, que pode levar ao suicídio. Segundo o psiquiatra Elko Perissinotti, chefe da Equipe de Psiquiatria do Hospital e Maternidade São Luís, em São Paulo, a doença é um fenômeno mundial, fruto da agressiva competitividade no mercado de trabalho, aliada a intensas frustrações na área.
A síndrome de burnout é considerada como o mais elevado grau de um estresse profissional que uma pessoa pode adquirir. Geralmente ela atinge profissionais que trabalham com o público, como médicos, enfermeiros, recepcionistas, entre outros. As principais características da efermidade são fadiga extrema, irritabilidade, comportamento contraditório, cinismo, sarcasmo, agressividade verbal, ansiedade, depressão, rancor e queda da auto-estima. “É comum a pessoa nesta fase começar a faltar o trabalho, ser demitida ou demitir-se. A maioria dos sintomas apresentados são conseqüência de frustrações profissionais devido à “paixão? excessiva pelo trabalho”, afirma Perissinotti.
Para o psiquiatra, além de um problema social, a doença é também um problema de saúde pública, pois a medida que ela vai evoluindo, atinge o trabalho, o indivíduo, a família e toda uma vida social. “Em nível avançado a pessoa começa a usar drogas tanto lícitas (como calmantes e álcool) quanto ilícitas (maconha, cocaína, crack, entre outras), pondo em risco a sociedade ou suicidando-se”, acrescenta Perissinotti.
Prevenção
Segundo Perissinotti, desde que foi nomeada como síndrome de burnout, em 1974, em Nova York pelo psiquiatra Herbert Freudenberger, a prevenção da doença é feita com psicoterapia, que deve iniciar quando o paciente apresentar os primeiros sintomas, como dores no corpo e desânimo. Como a síndrome apresenta vários níveis, o tratamento também é feito com medicamentos. Além disso, a ajuda de colegas de trabalho, amigos e parentes é muito importante para a cura da doença.