Desejo de parar de fumar é maior entre brasileiros do que entre europeus

Cerca de 80% dos fumantes brasileiros querem parar de fumar, sendo este desejo compartilhado por somente 38% dos fumantes alemães, austríacos e italianos; 43% dos fumantes portugueses; 59% dos fumantes franceses; 56% dos fumantes espanhóis; e 66% dos fumantes do Reino Unido.

Esta é uma das principais conclusões de uma pesquisa concluída este ano pela psiquiatra Analice Gigliotti, da CLIFad – Clínica dos Fumantes, Alcoolistas e Dependentes Químicos, do Rio de Janeiro. Foram entrevistados 800 fumantes de quatro capitais brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Porto Alegre. Os hábitos, atitudes e crenças dos fumantes brasileiros foram comparados com os de fumantes de 17 países europeus. De acordo com o último censo, um em cada três brasileiro fuma.
Outro achado importante da pesquisa refere-se à consciência dos fumantes acerca dos malefícios do cigarro: 66% dos tabagistas brasileiros acreditam que “fumar é a maior causa de morte”, número superior ao de quase todos os 17 países europeus considerados, com exceção da Dinamarca (76%). Além disso, os fumantes brasileiros demonstraram grande preocupação em relação aos prejuízos causados pelo cigarro a terceiros.

Segundo a pesquisa, os fatores de maior influência nos esforços para se deixar de fumar são, na ordem: preocupação em expor crianças, família e amigos à fumaça do tabaco; aumento das evidências de que o cigarro faz mal à saúde; e também preocupação com o exemplo dado aos filhos, que podem vir a fumar no futuro. Levantamentos realizados recentemente mostram que garotas entre 13 e 17 anos estão fumando mais do que as de gerações anteriores, o que pode até alterar as estimativas feitas pela Organização Mundial de Saúde sobre as mortes causadas pelo cigarro.

Calcula-se que 100 milhões de indivíduos morreram durante o século XX em virtude da dependência de nicotina. Mantidas as tendências atuais, este número deve aumentar em dez vezes nos próximos 100 anos, chegando a um bilhão de mortes no século XXI. “O tabagismo é hoje uma das principais causas evitáveis de mortes em todo o mundo, e as abordagens para motivar os fumantes a largarem o vício devem ser revistas”, diz Analice, uma das principais especialistas do país no tratamento da dependência de cigarro.

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