Dermatite deixa a pele sujeita à inflamação

Na escola, na praia, no trabalho, ela não dá sossego. Quem tem dermatite atópica sabe que a doença é uma parte nada desprezível da rotina e que, mais do que qualquer medicamento, a cabeça é a maior aliada para combatê-la.

Muitas vezes, nem os médicos sabem explicar direito por que ela aparece e desaparece. Alguns portadores param de apresentar a doença na adolescência, outros, ao contrário, se descobrem atópicos depois dos 18 anos.

Em muitos casos, no Verão, a doença se torna companheira inseparável. Com a elevação da temperatura, são bem poucas pessoas que conseguem permanecer em casa.

Não é novidade que nesta estação a proteção solar é indispensável nos períodos em que o corpo fica mais exposto aos raios ultravioletas. Bolhas, queimaduras graves e até câncer de pele podem ser decorrentes dos excessos na exposição aos raios ultravioletas.

Além dessa preocupação, as pessoas não podem deixar de lado outras doenças da pele que se desenvolvem principalmente nos períodos mais quentes. As alergias, por exemplo, tornam-se frequentes com o clima abafado e é preciso estar atento, tomando o cuidado para que elas não estraguem os dias de folga tantos dos pais quanto dos filhos.

Hereditariedade

Uma das doenças que mais preocupam é a dermatite atópica. A doença é caracterizada por pele seca e muita coceira.

O prurido é o seu sintoma principal. “Não há dermatite se não houver coceira”, sentencia a dermatologista Lorena Madeira.

A causa exata da doença é desconhecida. No entanto, atualmente se sabe que não é uma doença contagiosa, e sim uma doença de origem hereditária.

Uma criança que tem um dos pais com uma condição atópica (asma, rinite, alérgica ou dermatite atópica) tem aproximadamente 25% de chance de também apresentar alguma forma dessas doenças.

Nas crianças com os dois pais com doença atópica, esse índice sobre para mais de 50%.

Na infância, as lesões de pele são avermelhadas e localizadas na face, tronco e superfícies externas dos membros.

Nas crianças maiores e nos adultos, as lesões se localizam mais nas dobras do corpo (pescoço, cotovelos joelhos) e são mais secas, escuras e espessadas.

Em casos mais graves, a doença se espalha, afetando boa parte boa parte do corpo.

“As reações da pele devem estar sempre em observação”, observa a dermatologista.

Uma coceirinha insistente ou brotoejas que nunca desaparecem são sinais de que alguma coisa diferente pode estar acontecendo com a pele.

A ajuda de um especialista é indispensável, pois só ele poderá fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento adequado para cada caso.

Prevenção e terapia

Os sintomas da doença aparecem em forma de bolhinhas com secreções, descamações, ressecamento e coceira.

Além de todo o desconforto, a doença de pele é a porta de entrada para o aparecimento de outras alergias.

É o que os especialistas descrevem como “marcha atópica”, caracterizada pela sequência de progressão dos sinais clínicos de doença atópica com alguns sintomas se tornando mais proeminentes enquanto outros diminuem.

De um modo geral, crianças que desenvolvem dermatite atópica têm grandes possibilidades em desenvolver rinite alérgica e asma.

Diversos estudos comprovaram que crianças que desenvolvem dermatite atópica, ainda bebês, têm mais chances de apresentarem, na sequência, essas doenças. Assim, a marcha atópica é uma tentativa de explicar a i,nteração entre as doenças alérgicas.

Uma das possibilidades para tentar diminuir e impedir a evolução dessas enfermidades é prevenir os fatores de aparecimento da dermatite atópica, ou seja, evitar ambientes muito quentes, que propiciam a transpiração e a coceira, não tomar banhos muito quentes e fugir da exposição aos alérgenos.

Mas, aqueles que já apresentam exacerbação da doença, podem contar com tratamento específico que produz alívio dos sintomas. A dermatologista Cíntia Scala esclarece que a terapia indicada para os casos de dermatite envolve diversas etapas.

“Para cada sintoma existe um tipo de cuidado”, observa a médica. Assim, a medicação tópica pode ser feita com os imunomoduladores e os antiinflamatórios hormonais.

De acordo com a alergologista, a vantagem desse tipo de medicamento está no fato de não apresentar os efeitos colaterais dos corticosteróides. “O uso de hidratantes é também indispensável para combater o ressecamento e consequentemente a coceira”, recomenda.

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