Dermatite atópica leva ao aparecimento de lesões

Coceiras que incomodam, pele mais avermelhada ou crostas que surgem em alguma parte do corpo fazem com que as pessoas, mesmo sem qualquer tipo de conhecimento vaticinem seu veredicto: alergia.

No entanto, muitas vezes, essas irritações são sinais de uma doença crônica: a dermatite atópica, também conhecida por eczema, que causa inflamação e lesões de diferente gravidade na pele.

Não é uma doença contagiosa e afeta, geralmente, pessoas com história pessoal ou familiar de outras doenças, como asma ou rinite alérgica. Uma criança que tem um dos pais com uma condição atópica (asma, rinite, alérgica ou dermatite atópica) tem aproximadamente 25% de chance de também apresentar alguma forma da doença.

Quando os dois pais sofrem de alguma das doenças dessa tríade, a acriança tem mais de 50% de chance de também apresentar doença atópica. Não existem dados oficiais, mas estimativas dos dermatologistas apontam que cerca de 10% da população no Brasil sofrem com o distúrbio.

Problemas estéticos

Durante o inverno, a exposição ao clima seco e a banhos mais longos e quentes faz com que se acentue o ressecamento da pele, tornando-a mais vulnerável ao aparecimento das dermatites, devido à facilidade de penetração de substâncias irritantes do meio ambiente.

Poeira, produtos de limpeza e de higiene pessoal, além de bactérias, são alguns exemplos de fatores desencadeadores. O resultado é vermelhidão e coceira intensas, por vezes fissuras nas dobras de pernas e braços, rosto, mãos e pés.

Todos esses fatores associados atrapalham o sono e o desempenho na escola ou no trabalho, causando irritabilidade constante e prejudicando a saúde física e mental dos portadores.

Daí a importância de um tratamento eficaz. Essa doença causa lesões na pele que levam às infecções e ao prurido constante, que abalam a saúde do organismo como um todo. Além disso, as lesões se tornam o problema estético que pode afetar o desenvolvimento emocional da pessoa.

Problema crônico

Segundo especialistas, pacientes com eczemas ou outras patologias cutâneas que tornam a pele seca devem utilizar produtos com característica emoliente. Essa qualidade adicional pode fazer a diferença na hora de o paciente aderir ou não a um tratamento dermatológico.

A dermatite atópica é um problema crônico e suas manifestações têm intensidade variável. “Por isso, o tratamento pode envolver desde simples emolientes, cuidados com a higiene e ambiente, até drogas imunossupressoras como os corticoesteróides, também conhecidos como corticóides”, explica a dermatologista Flavia Addor.

Além da utilização dessa classe de medicamentos, os especialistas recomendam algumas medidas que podem ser úteis para amenizar os sintomas ou prevenir o aparecimento de outras crises.

Tomar banhos menos demorados e mornos; utilizar hidratantes e sabonetes neutros; hidratar o corpo logo após o banho, para repor a oleosidade perdida; não usar buchas; evitar roupas de tecido sintético, que abafam a pele; manter a casa arejada e livre da poeira são alguns hábitos que auxiliam no tratamento da doença.

Não contagiosa

A dermatologista Cristina Marta Oliveira explica que a doença pode surgir em qualquer idade, mas é mais comum na infância, afetando principalmente o rosto, braços e pernas, mas as suas manchas avermelhadas também podem surgir no tronco.

Nos adolescentes e adultos, as lesões são mais escuras e se localizam nas dobras do corpo, como pescoço, cotovelo, ou atrás do joelho. “A doença pode surgir na infância e se prolon,gar até a adolescência”, esclarece a dermatologista, salientando que pode estar associada à rinite alérgica e à bronquite.

A pessoa nasce com essa predisposição e vários fatores como poeira, pêlos de animais, bichinhos de pelúcia, entre outros, podem desencadear as coceiras e alergias na pele.

As vítimas da dermatite também reagem de forma adversa a componentes externos, como picadas de inseto, inalantes ou certos tipos de alimentos. A dermatite atópica não é contagiosa e costuma melhorar com a idade. “Em cerca de 80% dos casos, ela desaparece até a adolescência”, ressalta a especialista.

Cristina Oliveira explica que a doença altera o metabolismo epidérmico, fazendo diminuir algumas substâncias importantes para a pele, como ceramidas, colesterol e ácidos graxos.

Essa alteração na barreira cutânea leva à maior perda de água e o consequente ressecamento da pele, além de facilitar a penetração de agentes alérgicos. “Com efeito, o paciente coça muito a região e acaba ferindo a pele”, ressalta a dermatologista.

A doença crônica que causa inflamação da pele, leva ao aparecimento de lesões e coceira

Principais desencadeantes

* Alimentos: leite, ovo, trigo, soja, amendoim, peixes e frutos do mar
* Fatores ambientais: ácaros, fungos, animais e polens
* Irritantes cutâneos: lã, sabão, detergentes, amaciantes de tecido, solventes e suor
* Infecções: vírus e bactérias
* Fatores emocionais.

Preste atenção aos sintomas

* Ressecamento intenso
* Inflamação
* Lesões simétricas de eczemas
* Coceira nas áreas mais afetadas
* Pele extremamente seca, com descamação contínua

Fique longe da dermatite

* Mantenha a pele hidratada
* Evite banhos prolongados com água muito quente
* Não coce
* Evite tapetes, cortinas, bichos de pelúcia
* Evite o contato com pêlos de animais
* Manter a casa limpa e arejada 

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