Dermatite atópica ataca no frio

Ela não é uma doença contagiosa. Nas crianças, o principal incômodo se reflete na incessante coceira, na pele avermelhada, irritada ou ferida. Nos adultos, as lesões se localizam quase sempre nas dobras do pescoço e cotovelo e, por serem mais secas e escuras, podem causar dificuldades de convivência social em seu portador. A dermatologista Ewalda Stahlke diz que, apesar de ainda não ter cura, a doença pode ser controlada adequadamente.

Estima-se que a dermatite atópica atinja cerca de 20% da população mundial, número que no Brasil pode chegar a quatro milhões de pessoas. Em 90% dos casos a dermatite atópica ocorre antes dos cinco anos de idade, com 60% dos casos surgindo no primeiro ano de vida. A doença tem uma distribuição universal e ambos os sexos são igualmente atingidos.

A causa da dermatite atópica é desconhecida, mas a hereditariedade parece ser um fator mais importante, já que se um dos pais tem a doença, seus filhos têm aproximadamente 30% de probabilidades de desenvolvê-la.

A probabilidade aumenta para 70% se ambos os pais são portadores. A dermatite atópica geralmente ocorre em crianças que têm doenças alérgicas, como asma e rinite alérgica, ou em crianças que têm uma história de alergias na família.

Fatores desencadeantes

Dentre os fatores que ajudam a desencadear a doença estão desde banhos quentes e demorados ao clima seco do inverno, que deixa a pele ressecada. Com isto, substâncias irritantes do meio ambiente, como poeira, produtos de limpeza, fungos e bactérias, penetram mais facilmente na pele, causando vermelhidão e coceira intensa. Além destes, outros fatores colaboram para desencadear a doença, entre eles o estresse, a maior permanência em ambientes fechados e, em alguns casos, certos tipos de alimentos.

Ewalda Stahlke alerta para o risco de não se tratar a doença, salientando que essa despreocupação pode atrapalhar o desenvolvimento físico e psicológico da criança. Alguns sintomas da dermatite, segundo a médica, deixam as crianças mais sensíveis e vulneráveis a adquirir outros tipos de infecção através da pele. ?Além disso, a coceira constante atrapalha o sono e interfere no seu rendimento escolar?, enfatiza.

Muitas vezes, a dermatite atópica aparece associada a doenças respiratórias, como a rinite e a asma, que também tendem a piorar no inverno. Mesmo sem ter cura, o controle dos fatores desencadeantes e o tratamento adequado com corticóides tópicos, cremes hidratantes, sabonetes especiais e antialérgicos podem controlar o prurido, combater o ressecamento, reduzir a inflamação e até inibir o reaparecimento dos sintomas. Ewalda Stahlke salienta que, em alguns casos, a mudança do ambiente que a criança convive, retirando-se seus fatores alérgenos (odores, ácaros, carpetes, convivência com animais), já ameniza os sintomas, podendo, até mesmo, reverter o quadro alérgico.

Reduzindo os sintomas

Segundo a Associação de Apoio à Dermatite Atópica, seguir algumas medidas gerais de cuidado com a pele pode reduzir o aparecimento dos sintomas da doença.

* Evitar banhos longos e muito quentes.

* Hidratar a pele logo após o banho.

* Usar sabonetes e hidratantes neutros.

* Como o suor é um fator agravante, é recomendável tomar banho após a prática de atividades físicas.

* Evitar roupas de tecido sintético, preferindo os de fibras naturais (algodão).

* Manter a casa arejada e livre de poeira.

* Dar preferência a calçados de couro e meias de algodão.

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