Caracterizada por sintomas diferentes dos percebidos nos jovens, a depressão no idoso pode ser identificada pela perda de memória, esquecimento e confusão mental. A dificuldade no diagnóstico deve-se ao fato de a família aliar essas características a um processo natural do envelhecimento. Esse importante tema será discuto na XIV Jornada Paranaense de Geriatria e Gerontologia, que acontece de 1o a 3 de abril na Associação Médica do Paraná.
A depressão no idoso pode ser desencadeada por fatores como aposentadoria e luto. Mas, em muitos casos, a perda do prazer e a apatia não são causadas por um acontecimento específico. “A família e os amigos precisam entender que a depressão não é uma falha de personalidade ou caráter, mas uma doença que altera a química do cérebro e precisa ser tratada com medicamentos e psicoterapia”, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Paraná(SBGG), Dr. Rubens de Fraga Júnior. Ele explica, ainda, que não há motivos para ter receio quanto ao uso de antidepressivos, pois eles não causam dependência e possuem poucos efeitos colaterais, além de serem essenciais para o tratamento.
Além de seus sintomas naturais, a depressão no idoso pode agravar outras doenças devido à baixa auto-estima. O presidente da SBGG explica que isso acontece pois o paciente acaba se descuidando em relação a outros tratamentos. “Um diabético que não cuide da alimentação ou que não se lembre da aplicar a insulina pode ter problemas sérios”, exemplifica.
Para garantir um envelhecimento sadio algumas dicas devem ser seguidas, a principal é manter a mente ativa. Além do apoio da família, é preciso ter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas, que, dependendo do caso, podem ser desde a caminhada à musculação, realizar jogos que estimulem o raciocínio e manter uma vida social agradável. Mas, o psicólogo e gerontólogo, Gilherme Falcão, afirma que o principal é manter uma postura positiva perante a vida. “O idoso dependente é aquele que já tinha essa tendência. Há grupos em diversas entidades, com a participação eles esbanjam alegria e percebem que há muitos caminhos a serem seguidos quando o ninho fica vazio”, explica. A alusão refere-se à saída dos filhos de casa, o que pode causar sensação de abandono e inutilidade.
Guilherme Falcão ressalta, ainda, a importância de um tratamento psicológico. A maioria dos pacientes que o procuram são encaminhados pelos filhos, os quais têm participação fundamental no tratamento. “A principal diferença em relação ao tratamento de um jovem é a duração. São realizadas entre 10 e 20 sessões, pois o idoso não quer perder tempo e devido ao amadurecimento”, compara.
Mais informações sobre este assunto e sobre a Jornada Paranaense de Geriatria e Gerontologia pelo fone: (41) 342.9078.
Serviço:
O que: XIV Jornada Paranaense de Geriatria e Gerontologia
Quando: 1 a 3 de abril de 2004
Local: Associação Médica do Paraná
Informações e inscrições: (41) 342.9078