Com a expectativa de vida mais alta a cada ano – segundo o IBGE o brasileiro vive, em média, 72 anos – cresce também a preocupação de como os idosos podem cuidar da saúde e manter uma qualidade de vida satisfatória. Combate de doenças infectocontagiosas, desenvolvimento de medicamentos e vacinas e medidas preventivas contra males cardiovasculares ajudaram a população a viver mais. “Isso causou um aumento de expectativa de vida significativa em todo o mundo”, essalta o neurogeriatra do Hospital Nossa Senhora das Graças, Dr. Paulo Jaques Leite.
Porém, algumas doenças relacionadas com a parte neurológica ainda continuam afetando os idosos. São as chamadas demências. “Em média, 55% das pessoas com mais de 65 anos sofrem com o mal de Alzheimer e 20% com demências vasculares, o que ocasiona perda das habilidades intelectuais e interfere diretamente em suas funções sociais e ocupacionais”, explica o neurogeriatra.
Naturalmente, o envelhecimento já está associado a um pequeno grau de atrofia cerebral (que pode, inclusive, ser visualizada em exames de tomografia e ressonância magnética). “O envelhecimento causa perda dos neurônios, o que leva a algumas mudanças como diminuição da velocidade do processamento cerebral e declínio na memória. Mas, estas alterações não impedem os idosos de exercerem suas atividades pessoais e sociais com independência, pelo contrário”, diz Dr. Paulo. “A experiência acumulada ao longo da vida muitas vezes tem um papel facilitador na manutenção do equilíbrio e desempenho social”, completa o neurogeriatra.
O problema está, justamente, quando essas funções ficam comprometidas. Nesses casos, o mais indicado é procurar um especialista para verificar se a pessoa está sofrendo com alguma demência ou distúrbio de ansiedade que leve a perda de memória. Outra medida importante que ajuda a evitar as demências, salienta Dr. Paulo, é o idoso manter atividades em sociedade. “Vários estudos epidemiológicos demonstram que a participação dos idosos em atividades sociais, sejam elas com fins beneficentes ou recreativos, está relacionado a um envelhecimento bem-sucedido, ou seja, essa interação social aumenta a sobrevida e diminui ocorrência da Doença de Alzheimer”.
Atitudes benéficas
Para manter uma boa saúde, tanto física quanto mental, são undamentais ter relacionamento social, vida intelectual ativa, atividades físicas regulares, alimentação saudável, combate e tratamento da hipertensão arterial, controle da diabetes e lazer. “As atividades recreativas têm um papel importante para a memória, minimizando o estresse e ansiedade, que também são fatores que levam ao desenvolvimento de demências. Qualquer atividade que estimule o raciocínio como palavras cruzadas, jogos de cartas, leituras, entre outros, também ajuda”, esclarece Dr. Paulo Jaques.