Atualmente, cerca de 26 milhões de pessoas no mundo são portadores da doença de Alzheimer e estudos realizados pela Universidade John Hopkins (EUA) concluem que até o ano 2050, cerca de 100 milhões de pessoas desenvolverão a doença.

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No Brasil, estima-se que cerca de 1.2 milhão de brasileiros sejam portadores da doença.

De acordo com pesquisas científicas, atualmente são 36 milhões de pessoas no mundo vivendo com demência e é esperado que este número alcance, progressivamente, 66 milhões em 2010 e 115 milhões em 2050. A demência é definida como uma síndrome clínica caracterizada pela deterioração progressiva de múltiplos domínios da cognição, capaz de comprometer a autonomia da pessoa.

Representa causa importante de incapacidade, institucionalização e redução de sobrevida na população, em especial a população idosa. Não que as doenças crônicodegenerativas sejam manifestação do envelhecimento, mas porque esse grupo etário apresenta maior vulnerabilidade para desenvolver determinadas doenças e as demências, em especial a doença de Alzheimer, apresentando uma maior ocorrência e impacto neste segmento populacional.

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Com base em estudos epidemiológicos feitos no Brasil em 2008, estima-se que 60% dos idosos brasileiros são portadores de algum tido de demência, isso corresponde a mais de um milhão e trezentas mil pessoas.

Destas, quase oitocentas mil são diagnosticadas com a provável doença de Alzheimer. A prevalência de demência aumenta de forma importante com a idade, dobrando a cada cinco anos, variando de 1,5%, entre 60 e 64 anos, a quase 40% nos idosos que alcançam 90 anos ou mais.

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Família envolvida

A prevalência global dessa patologia é estimada em 3,9% nos sujeitos com idade igual ou superior a 60 anos, com uma variação importante entre os continentes, de 1,6% na África a 6,4% na América do Norte.

Na América Latina, a taxa de prevalência é de 7,1% e, no Brasil, varia entre de 6,0% a 7,1%. A incidência mundial anual é estimada em 7,5 casos a cada 1000 habitantes idosos (idade = 60anos).

A demência tem um impacto importante na vida social e na dimensão emocional das famílias e seus cuidadores em toda parte no mundo. A falta de compreensão e conscientização sobre a doença resulta em recursos insuficientes para lidar da melhor forma possível com a patologia.

Por isso, as campanhas mundiais dedicadas aos diferentes segmentos da sociedade tornam-se momentos de discussão e debate em torno do tema para que possam gerar iniciativas políticas e institucionais.

Não resta dúvida de que a situação do bem-estar dos idosos, dos portadores de doença de Alzheimer e das famílias merece atenção especial com o devido reconhecimento de seus arranjos internos, enquanto agentes sociais ativos.

Definida pelo senso comum como “mal do século”, a doença de Alzheimer ainda traz muita desinformação e, por isso, acaba tendo efeito, por vezes, devastador na família.

“Os portadores e seus familiares não conseguem entender o problema”, reconhece a neurologista Marcia Chaves, coordenadora de uma campanha nacional para difusão da doença.

Educação e conscientização

A médica explica que as demências alteram o funcionamento cognitivo das pessoas (memória, linguagem, planejamento, habilidades visuais-espaciais), provocando mudanças de comportamento, dentre as principais: apatia, agitação, agressividade e delírios. Assim, a pessoa acometida pela doença acaba, progressivamente, limitando suas atividades profissionais, sociais, de lazer e até mesmo domésticas.

A família é o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência de desenvolvimento, da proteção integral, da educação e também do envelhecimento.

É a família que propicia os aportes afetivos, além dos materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na e,ducação, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários e onde se aprofunda os laços e constroem as marcas das gerações.

Entidades de apoio

O tema da campanha deste ano é “Alzheimer, é tempo de agir” e o grande desafio que é mobilizar-se no sentido de conscientizar a as políticas públicas para a implementação de um plano Alzheimer.

Essa mobilização tem o objetivo de alertar para a melhor gestão dessa doença, um melhor suporte a cuidadores e famílias para mudar a visão de toda uma sociedade com pessoas idosas com doença de Alzheimer.

Não é apenas um compromisso com a saúde pública e com a ciência que permite muitos avanços, tanto quantitativa e qualitativamente, mas um movimento real que possa influenciar toda a sociedade e fazer da gestão da doença de Alzheimer uma prioridade em curto prazo.

No Brasil, as entidades de apoio ajudam a promover ações de conscientização da população sobre a importância de conhecer mais sobre a doença e atrair a atenção sobre a necessidade de maior investimento na saúde, principalmente considerando que a população idosa vem aumentando em muito e trazendo como decorrência, um efeito devastador sobre a economia, os sistemas de saúde e as famílias.

Causa e cura

Ainda não foi descoberta a cura para a doença. Também não se sabe ao certo o que causa ou como preveni-la. A doença traz muito sofrimento para o doente e sua família. Portanto, existem sérios motivos para a conscientização da população em geral.

* É importante a população saber o que é a doença de Alzheimer, seus principais sintomas, forma de diagnosticar e possíveis tratamentos.
* A importância em detectar precocemente os primeiros sintomas da doença, para assim estimular a busca de um diagnóstico médico e tratamento adequado para o paciente e suporte social para a família.
* Explicar a diferença do curso das demências e de outras doenças similares, além do processo de envelhecimento normal.
* A busca de novos tratamentos e terapias que possam beneficiar o paciente.
* Esclarecer sobre a reabilitação sóciocognitiva para o paciente e bem como medidas que visam a prevenção da doença e a promoção de um envelhecimento saudável.
* Informar a comunidade e esclarecer sobre as estratégias voltadas para o cuidador familiar.
* A importância do atendimento ao portador de Doença de Alzheimer na rede pública.
* É necessária ainda a solidariedade e a conscientização por parte da família e de toda a sociedade.