Os óleos de banho caíram no gosto das mulheres brasileiras quando o assunto é ter uma pele com o toque da seda. Nas prateleiras, as opções são as mais variadas: óleo com função de sabonete, óleo bifásico, trifásico, óleo perfumado, entre outros, que prometem uma pele mais bonita, cheirosa e hidratada. Mas será que o produto é indicado para todo tipo de pele? Quem tem pele oleosa pode usar?
Para responder essas e outras perguntas, conversamos com o dermatologista Marcelo Bellini. Ele sugere diversas dicas de como aproveitar ao máximo os benefícios do produto, sem precisar exagerar na dose.
Funções distintas
A primeira etapa para acertar a escolha do cosmético é entender as principais diferenças entre cada um deles. “Em geral, os óleos de banho (bifásico ou trifásico) servem para hidratar a pele e remover as células mortas , explica Bellini. “Isso porque, eles contêm produtos emolientes, hidratantes, condicionantes e lubrificantes em sua formulação.”O bifásico combina duas fases – uma oleosa e outra aquosa -, promovendo a hidratação e prevenindo o ressecamento da pele. O trifásico assume as mesmas funções, mas também é enriquecido por um óleo vegetal, que traz o adicional de hidratação profunda.
De olho no rótulo
Verificar a composição do produto é essencial para garantir bons resultados, caso contrário, a absorção na pele fica comprometida e até alergias podem aparecer. Os óleos de banho feitos à base de óleo vegetal são mais indicados, porque formam uma película protetora na pele e retêm a água na pele, evitando a desidratação e proporcionando maior maciez.
“Os produtos à base de óleo mineral trazem riscos de alergias, em razão dos compostos de sua formulação, além de serem menos eficientes”, avalia o dermatologista. Para tanto, e só ficar de olho na embalagem do produto. Lá você encontra o tipo de óleo usado na fabricação. “Atualmente, as novas versões estão substituindo o óleo mineral pelos vegetais ou, ao menos, adicionando uma percentagem do vegetal à fórmula”, diz Bellini.
Antes ou depois do banho? Enxágua ou não enxágua? O especialista explica que o uso do produto depende, mais uma vez, de sua formulação. “Alguns produtos, especialmente os com base de óleo vegetal, podem ser utilizados até mesmo antes do banho. Assim, a pele fica protegida da desidratação e das impurezas da água do chuveiro”, salienta.
Além disso, seguir as indicações da prescrição no rótulo é fundamental. Quando as formulações são mais fortes – seja pela essência, pelo corante ou pela ação hidratante – é preciso passar ao menos uma ducha sobre o corpo depois da aplicação do óleo para evitar o risco de alergias. Outro problema é a sua consistência gordurosa demais. Alguns produtos são tão pegajosos que acabam impregnando no corpo, passando uma sensação de pele oleosa ao longo do dia.
Evite o excesso
E dá para substituir o hidratante pelo óleo e banho? Cá para nós, é bem mais prático aplicar o óleo corporal de baixo do chuveiro do que passar o creminho pelo corpo todo depois. Mas não tem muito jeito não. Já que o uso do óleo corporal não é indicado para uso diário. “Como o óleo tem o poder de formar um filme protetor na pele, seu uso exagerado pode tampar os poros e aumentar a oleosidade por ele reter o líquido natural do corpo”, alerta o especialista.
Outro fator é que as camadas de película que se formam no tecido vão deixando a pele opaca e sem vida ao longo do tempo justamente por não deixar o hidratante penetrar e nem a água limpar corretamente. Uma dica para quem adora o ritual, é optar pela esfoliação a cada 10 dias, que acaba com a oleosidade e impurezas.
Quem tem pele normal podem passar o produto no corpo a cada dois dias. Mas quando a pele é oleosa o ideal é passar uma ou, no máximo, duas vezes por semana além de optar por uma versão para esse tipo de pele. “Caso contrário, essa oleosidade pode aumentar graças à grande ação hidratante presente na maioria dos produtos”, explica.
Regiões do corpo
O óleo de banho não deve ser passado em determinadas partes do corpo, mesmo em pessoas que apresentam a pele mais ressecada. “No rosto e nas áreas mais oleosas, como costas e região peitoral, o uso do óleo deve ser evitado, caso contrário, a oleosidade será potencializada”, finaliza Bellini.