?Dentro de uns cinco anos os pacientes com esclerose múltipla poderão ser beneficiados por novidades que poderão facilitar o seu tratamento?, anunciou Frederic Ben-Amor, diretor médico mundial da divisão neurológica da Serono, uma das maiores companhias de biotecnologia do mundo, com sede na Suíça. A empresa trabalha na decodificação dos genes envolvidos no processo da esclerose múltipla, pesquisas que provocarão novas descobertas e até mesmo tratamentos individualizados.

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Para tanto, pesquisadores do laboratório estão trabalhando em três frentes: na produção do medicamento interferon beta 1A em spray nasal, no desenvolvimento de tratamentos com um menor número de injeções e, ainda, em uma fórmula eficaz e segura de medicamento oral. A doença caracteriza-se pela inflamação e destruição da mielina, substância que envolve os neurônios e permite a normal condução de impulsos nervosos para o cérebro e todo o corpo.  ?Se conhecermos melhor a doença, as particularidades genéticas desses pacientes, seremos capazes de encontrar novas proteínas que possam ser utilizadas como novos alvos terapêuticos ou como novos medicamentos?, explicou Ben-Amor.

A esclerose múltipla é doença inflamatória crônica bastante rara que acomete, em geral, indivíduos jovens e provoca dificuldades motoras e sensitivas que comprometem muito a qualidade de vida de seus portadores. De acordo com os especialistas, não se conhecem ainda as reais causas da doença. O que se percebe é que sua evolução difere de uma pessoa para outra e que é mais comum em mulheres e em indivíduos de pele branca.

Por enquanto, sem cura

Ben-Amor explica que a doença afeta o sistema nervoso central e a cada surto provoca comprometimentos neurológicos, como perda de movimentos e da visão. ?A doença é de difícil diagnóstico?, frisa. Atualmente existem medicamentos que podem diminuir o avanço da doença e manter o paciente sem grandes comprometimentos e com qualidade de vida. A característica mais importante da esclerose múltipla é a imprevisibilidade dos surtos. O diagnóstico é basicamente clínico, mas já existem alguns exames laboratoriais e de imagem que ajudam a confirmá-lo e a acompanhar a evolução da doença.

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Falar em cura? É muito difícil, segundo Ben-Amor. No entanto até mesmo vacinas para doenças auto-imunes estão sendo pesquisadas. A intenção é de que elas protejam o organismo contra seus próprios ataques, processo que ocorre em doenças como a esclerose múltipla, a artrite reumatóide, a psoríase e a diabetes tipo I.

Na esclerose múltipla a mielina lesada se transforma numa placa esclerosada (como se a região ficasse com uma consistência semelhante a de uma cicatriz). O processo pode ocorrer em diferentes partes do sistema nervoso, sob a forma de múltiplas placas, daí a denominação esclerose múltipla. Os sintomas podem regredir espontaneamente e retornar meses ou anos depois.

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