Curiosidade que pode matar

A curiosidade foi apontada por CRS, 17 anos, como o fator desencadeante da sua atual dependência das drogas. Assim como o consumo de álcool foi a porta de entrada para, em suas palavras ?um período sombrio da minha vida?, a maconha foi a primeira droga ilícita usada pelo jovem, que passou a usar em seguida alucinógenos mais ?pesados?, como o crack e a cocaína. CRS deu sorte. Ele se encontra em tratamento em uma clínica especializada e já mostra sinais de que é capaz de superar a dependência.

Se a história de CRS se confunde com a da grande maioria dos dependentes químicos, principalmente de cocaína e derivados, o seu final ?quase? feliz ainda não faz parte do roteiro de vida de todos os dependentes. A prevenção ao uso de drogas é sempre a melhor e mais barata solução para o problema. Afinal de contas, é muito mais fácil nunca se tornar um usuário do que deixar de ser dependente. A última pesquisa sobre o uso de drogas no Brasil, realizada em 2001 pelo Observatório Brasileiro sobre drogas (Obid), constatou que 11,2% da população brasileira é dependente de bebidas alcoólicas, 9% de cigarro e 1% de maconha.

Cerca de 9,1 milhão de pessoas, ou 19,4% dos brasileiros, já usaram drogas pelo menos uma vez na vida. A maconha ocupa o primeiro lugar nesse triste ranking, seguida dos solventes, colas, tintas e removedores. De acordo com os médicos, as pessoas procuram as drogas principalmente por curiosidade,  para fugir do sofrimento ou em busca de prazer, e em geral as usam para esquecer problemas, superar inseguranças ou preencher vazios. A decisão de consumir drogas é individual e dificilmente pode ser prevenida apenas pela interferência isolada de outra pessoa.

Presença amorosa

Segundo a Organização Mundial de Saúde ? OMS, droga é qualquer substância, natural ou sintética, que, não sendo produzida pelo organismo humano, atua sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento, restaurando ou prejudicando a saúde da pessoa. A questão principal em relação às drogas não é se elas são boas ou más em si mesmas, mas sim qual o tipo da relação que o indivíduo estabelece com elas, especialmente em relação às drogas psicotrópicas ou psicoativas, que são capazes de afetar os processos mentais (pensamento, memória e percepção). De acordo com especialistas, a melhor prevenção é a cooperação entre pais, professores e todos os cidadãos, em busca de reduzir os fatores que expõem à droga (de risco) e ajudam a evitar o primeiro contato com a droga,  que começa pela presença forte e amorosa da família, em especial na vida de crianças e adolescentes.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo