Cuidados com os olhos devem ser intensificados no verão

Os modelos são os mais variados possíveis. As cores também variam: pretos, azuis, marrons. Uns têm aro de arame, outros até de fibra de carbono. Os preços vão dos mais baixos, vendidos nas praças, até os mais altos comercializados nas óticas e lojas especializadas dos shoppings. Afinal, os olhos também merecem cuidados especiais contra os efeitos dos raios ultravioleta A e B e os óculos podem evitar o surgimento de doenças oculares.

"Os raios solares podem causar catarata, fotofobia, conjuntivite, pterígio, vista cansada, DMRI – Doença Macular Relacionada à Idade, e outras degenerações", ressalta a oftalmologista Margery Ballin Hecke. Ela explica que os raios ultravioleta se subdividem em UVA – filtrados e absorvidos pela retina, e UVB – pelo cristalino. Ambos podem comprometer a visão se não houver a devida precaução. Dependendo da intensidade e duração da exposição aos raios solares, o efeito da radiação ultravioleta pode ser cumulativo e irreversível. "Uma forma de proteção é o uso de óculos de sol (com certificado e garantia de proteção) ou de grau com lentes que bloqueiem os raios UV", frisa a oftalmologista.

100% de proteção

Os oftalmologistas são unânimes em destacar a importância dos óculos escuros para preservar a visão. A luminosidade em excesso causa ofuscamento e sensação de desconforto visual. Os olhos têm mecanismos naturais para minimizar a quantidade de luz que chega até a retina. "No entanto, os óculos escuros também são uma barreira importante nesse processo, principalmente em pessoas que apresentam fotofobia (sensibilidade à luz)", garante a oftalmologista Fernanda Carneiro.

No mercado existem lentes coloridas e fotossensíveis, aquelas que mudam de cor em função do grau de luminosidade. Elas escurecem quando há grande luminosidade e se tornam claras em ambientes com pouca luz. "O importante é que todas tenham 100% de proteção contra os raios ultravioleta", adverte Fernanda, salientando que usar lentes sem filtros UV é como sair à rua sem filtro solar para a pele, ou seja, os efeitos dos raios solares cumulativos só aparecerão a longo prazo, não sendo possível perceber nenhuma alteração ocular imediatamente.

Margery Hecke diz que estudos comprovam que, ao completar 18 anos, o ser humano já recebeu 80% da radiação ultravioleta de toda a vida. Por isso, a proteção aos olhos deve iniciar ainda quando se é criança, para evitar problemas futuros. Antes dos dez anos, a pupila é maior e tem menos pigmento, e o cristalino filtra apenas 25% dos raios ultravioleta, explica a médica. "O aumento no número de casos de doenças oculares levará as pessoas a se conscientizarem da prevenção desde a infância", preconiza.

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