Crianças em férias, perigo dobrado

Todas as famílias têm na sua casa o seu mais protegido abrigo. Basta trancar a porta e os perigos ficam do lado de fora. Certo? Nem sempre. Em residências onde vivem crianças pequenas, isso não é bem assim. Quem tem criança em casa sabe que todo cuidado é pouco e que jamais se pode descuidar. O perigo pode estar na escada, no tapete da sala, na tomada de luz, na caixinha de medicamentos ou na panela em cima do fogão.

As férias de julho estão chegando, e com elas a preocupação das mães. Como neste período as crianças ficam mais tempo em casa, os acidentes domésticos acontecem em maior número. Assim, queimaduras, cortes, ?galos na cabeça?, inalação de pequenos objetos e ingestão de produtos químicos se tornam casos freqüentes tanto nas casas de famílias quanto nos hospitais.

Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 800 mil mortes por ano ocorrem na faixa etária de 0 a 14 anos. Dados apresentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ligada ao Ministério da Saúde, reforçam que, no Brasil, um terço das vítimas de traumas e intoxicações caseiras são crianças com idade de até nove anos.

Despreparo

De acordo com Marcus Vinícius Todesco, diretor-geral do Hospital Milton Muricy, nos meses de férias os casos de crianças que chegam ao hospital por causa de pequenos acidentes como os citados acima aumentam aproximadamente 40%. ?Em muitos deles o estado da criança se agrava porque os primeiros socorros prestados, geralmente, por familiares não são os mais adequados?, diz.

O médico explica que muitas crendices populares como, por exemplo, passar pasta de dente em queimaduras ou beber leite quando a criança ingere produtos químicos, ainda são muito utilizadas. ?Nos casos de queimaduras, a primeira coisa a fazer é verificar qual a gravidade do ferimento, caso seja apenas superficial – quando a pele fica avermelhada e se sente uma dor intensa – a indicação é que se faça apenas compressas de água fria, sem aplicação de cremes ou pomadas?, esclarece. No caso de a queimadura atingir mais profundamente a pele, formando bolhas ou atingindo estruturas internas, o recomendável é que não se passe nada sobre o ferimento e procure imediatamente um pronto socorro, pois o acidente pode ter provocado uma queimadura de segundo ou terceiro graus.

Cuidados simples

Se a criança bater a cabeça e formar o famoso ?galo?, por exemplo, o médico indica que se coloque imediatamente gelo no local para diminuir a dor e a formação de hematoma. Tais edemas se formam quando existe o rompimento de vasos e o sangue se acumula no local da pancada. ?Se o sangue é reabsorvido em poucos dias, o hematoma não deixa maiores conseqüências, mas é preciso observar se a criança tem vômitos, sonolência ou outras alterações na consciência?, alerta, destacando que, nestes casos é preciso que ela seja levada a um hospital ou clínica para que seja feita uma tomografia.

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