Criança também sofre de dor de cabeça

Durante muito tempo, se pensou que as queixas de dor de cabeça eram exclusivas dos adultos.

No entanto, as crianças também sofrem deste mal, muitas vezes difíceis de se diagnosticar em menores de cinco anos mas, mesmo nessa idade, se a mãe for uma boa observadora, o diagnóstico pode ser feito normalmente.

Como os adultos, as crianças sofrem de todos os tipos de dores de cabeça, mas, as mais comuns, são aquelas associadas às doenças infecciosas, enxaqueca ou dor de cabeça tensional. Há outros tipos menos comuns, que incluem dores de cabeça após o traumatismo craniano, associadas à tontura, vertigem e, raramente, tumores cerebrais.

De acordo com o neurologista, João Pedro Vieira, a maior parte das cefaléias é primária, sendo a enxaqueca a mais freqüente. De acordo com alguns estudos epidemiológicos internacionais, estima-se que 5% das crianças sofram dessa patologia.

“Trata-se de uma manifestação clínica que pode estar associada a várias doenças”, resume o médico. Já no período pré-escolar existe essa referência. É comum crianças em idade pré-escolar se queixarem freqüentemente do distúrbio.

Conforme o neurologista Pedro Kowacs, as cefaléias primárias, em que a criança tem um episódio que começa e termina, não passando habitualmente para o dia seguinte, sem ter um caráter progressivo, são as menos preocupantes. “São crises intermitentes e essencialmente diurnas”, ressalta.

Apesar disso, podem persistir ao longo da vida, com a tendência para se extinguirem numa idade adulta mais avançada. Por outro lado, se as dores de cabeça ocorrem durante o sono ou ao despertar, precisam ser investigadas, adverte o médico.

Investigação detalhada

A sua maior preocupação é que as dores de cabeça dos filhos correspondam a uma doença grave. Muitas vezes, o que acontece, conforme Kowacs, é que os pais não dão muito valor às queixas de seus filhos.

Quando eles reclamam, os pais levam para a consulta, trazendo muitas vezes medos e ansiedades, resultantes da interpretação que fizeram dessas queixas. Por isso não se pode generalizar. “Sempre é necessária uma avaliação clínica que fundamente uma investigação mais detalhada”, frisa o especialista.

Muitas vezes, nem mesmo os adultos conseguem identificar o fator que desencadeou a dor de cabeça. Naturalmente, nas crianças é mais complicado ainda. “Além da identificação das causas, surge outra dificuldade: a classificação da dor, já que a criança não consegue descrever a dor corretamente nem a sua localização”, explica Kowacs.

No tratamento, o repouso e o sono são essenciais. De acordo com os especialistas, na maioria dos casos já é suficiente. Existem, no entanto, crianças com enxaquecas mais freqüentes que poderão necessitar de fazer um tratamento com um medicamento profilático com o objetivo de diminuir o número de episódios de enxaqueca, esclarece o médico.

O senso comum aponta o excesso de atividades das crianças como responsável por cefaléias na infância. Apesar disso, os especialistas ainda acham que as dores de cabeça nas crianças ainda são uma área pouco explorada.

Causadores

Os fatores desencadeantes em crianças são estímulos estressores, capazes de provocar uma resposta orgânica com conseqüentes mudanças fisiológicas.

> Exercícios físicos
> Claridade excessiva
> Barulho
> Falta de sono
> Fome
> Frio
> Excitação