A obesidade entre crianças e adolescentes é um problema que cresce a cada dia que passa no Brasil. De acordo com um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe um aumento do percentual de crianças com sobrepeso e obesidade no país, principalmente na faixa de 5 a 9 anos de idade.

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Para se ter ideia do tamanho desse problema, o sobrepeso atinge 34,8% dos meninos e 32% das meninas nessa faixa etária. Os números referem-se a levantamento de 2010. Já a obesidade foi constatada entre 16,6% dos meninos e entre 11,8% das meninas. Entre as crianças a partir de 10 anos e jovens até 19 anos de idade, o excesso de peso atinge 21,7% do total dos meninos e a obesidade, 5,9%. Entre as meninas nessa faixa etária, 15,4% mostravam sobrepeso e 4,2%, obesidade.

Para a endocrinologista Maria Delzita Naves, a migração das pessoas do interior para os grandes centros urbanos faz com que elas adquiram hábitos “que não são os melhores possíveis”. Ela destacou, entre eles, as refeições do tipo fast-food (comida rápida) e a falta de atividades físicas. “Se eu não queimo o que como, eu ganho peso”. O segundo fator na massificação do ganho de peso é o estresse. “Cada vez, a gente se movimenta menos, se estressa mais, come pior. Isso tudo é fator para a gente ganhar peso. Esse é o lado do paciente”.

A especialista criticou também a atuação dos médicos. De acordo com ela, “cada dia, a consulta está mais rápida, cada dia nós falamos menos com o doente”. É preciso, segundo Maria Delzita Naves, que a pessoa se eduque e que o médico oriente o paciente sobre coisas simples a fazer no dia a dia e que contribuem para diminuir o peso, entre as quais andar alguns quarteirões para pegar o ônibus ou descer dois andares em vez de usar o elevador, por exemplo.

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Culto

A endocrinologista considerou que o culto ao corpo bonito, em alta hoje em dia, tanto pode ser um incentivo, como uma cilada para o obeso, já que muitos jovens tentam inúmeras dietas milagrosas, que acabam não dando certo e fazem com que o corpo humano fique num constante efeito sanfona. Em relação aos medicamentos, destacou que “nenhum remédio é bom ou ruim. Depende de como e quando a gente usa”. Essa série de fatores está levando ao aumento da obesidade entre os brasileiros.

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