O número de jovens que morrem devido a derrames cerebrais vem crescendo nos últimos anos no Paraná. Segundo dados epidemiológicos da Secretaria de Estado da Saúde, a doença é a terceira causa não-violenta de mortalidade na faixa etária próxima dos 20 anos, só perdendo para o enfarte do miocárdio e pelo câncer.
Para o médico Otto Jesus Fustes, diretor do Departamento de Neurologia do Hospital Pilar, em Curitiba, o motivo deste crescimento é que hoje os jovens estão cada vez mais sedentários, alimentam-se mal, bebem ou fumam exageradamente e adquirem outros hábitos de vida prejudiciais a saúde. Com isso, ficam mais expostos aos fatores de risco da doença, como a pressão alta (hipertensão), estresse, diabetes e colesterol alto.
O derrame cerebral acontece quando o sangue deixa de circular por uma das artérias cerebrais e falta oxigênio para a parte do cérebro que ela alimenta. A doença atinge tanto homens quanto mulheres. Apesar de a doença estar crescendo entre os jovens, a maior freqüência é ainda entre as pessoas acima dos cinqüenta anos de idade. Em Curitiba, segundo estatísticas da Secretaria de Estado da Saúde, calcula-se que diariamente pelo menos 10 pessoas sejam vítimas dos acidentes vasculares cerebrais.
Para evitar ou diminuir o número de seqüelas de um derrame cerebral , é preciso que o paciente ou sua família valorizem os sintomas iniciais da doença e procurem um centro especializado o mais rápido possível. “As chances de recuperação com o menor número de seqüelas vai depender do tempo de remoção do paciente para um hospital. A demora, juntamente com outros fatores, pode causar a morte. Costuma-se dizer que tempo, neste caso, é cérebro”, afirma Fustes.
Os sinais típicos de um derrame são fraqueza muscular, dor de cabeça, sonolência, perda parcial dos movimentos da mão, braços ou pernas , dificuldades de falar, boca torta, dormência nas pernas ou mãos, perda de visão em um dos olhos. “Apesar dos sintomas serem facilmente identificados, muitas pessoas preferem suportar a dor e acreditar que os sinais são um outro tipo de mal-estar”, acrescenta Fustes.
Medidas preventivas
Para evitar um derrame cerebral, a medida preventiva de maior impacto é o controle da pressão arterial, pois é considerado o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença. Além disso, também é preciso reduzir fatores de risco, tomando medidas como parar de fumar, limitar o consumo de bebidas alcoólicas, controlar o peso, reduzir o colesterol e os triglicerídeos, tratar o diabetes, doenças cardiovasculares e hipertensão, caso sejam diagnosticadas, e ainda só usar contraceptivo oral, antiagregantes e anticoagulantes com orientação médica. “Uma vida mais saudável pode evitar muitos problemas futuros”, ressalta Fustes.