É difícil encontrar quem gostaria de frequentar um consultório ou clínica em que as paredes fossem pintadas de preto, marrom ou vermelho, por exemplo.
Esta não é uma questão simples por se tratar de uma decisão que pode influir psicologicamente no bem-estar de profissionais de saúde e pacientes.
O importante é tomar ciência de que as cores utilizadas devem agregar valor na percepção das pessoas que convivem naquele espaço. Para uns pode passar despercebidos, para outros é uma questão se suma importância: a cor das paredes em ambientes de saúde, como clínicas, consultórios e hospitais.
De uma maneira geral, as cores possuem qualidades específicas e produzem efeitos diferenciados nas pessoas, que podem ser calmantes, repousantes, refrescantes, excitantes e, até, irritantes, dependendo das percepções de cada um.
De acordo com especialistas, invariavelmente, provocam bem-estar, aumentam ou diminuem as emoções, provocam alterações fisiológicas e psíquicas. “O uso das cores nesses ambientes é direcionado tanto para os profissionais que trabalham nesses espaços quanto para pacientes, visando maior humanização e aumento na qualidade de vida”, defende a arquiteta Ana Paula Naffah Perez.
Por essa razão, a cor passa a ter um significado diferente para pacientes, acompanhantes e funcionários das instituições de saúde, devendo, portanto, ser valorizada pelos profissionais que estão envolvidos com o planejamento arquitetônico desses espaços.
Em muitos estabelecimentos de saúde no Brasil, ainda encontramos espaços físicos com pouca ou nenhuma iluminação natural, paredes brancas ofuscantes e pisos escuros.
“Sabemos que a claridade é fundamental para o espaço, devemos observar o grau de reflexão das superfícies, a cor usada e os materiais de revestimento de móveis, paredes e objetos maiores, para tentar harmonizar ambientes como estes”, avalia a arquiteta.
Humanização
Deve-se compreender, por exemplo, que o isolamento do paciente do espaço exterior pode provocar-lhe uma maior angústia em relação ao seu estado de enfermidade.
Aspectos como iluminação e ventilação naturais são indispensáveis no planejamento dos ambientes de saúde, pois ajudam a contribuir para boas condições visuais, térmicas e higiênicas, evitando o confinamento dos ambientes internos.
Pode parecer simples, mas ao escolher as cores para um ambiente, devem ser observados cada lugar em específico, pois de acordo com a arquiteta, as cores sofrem influências da posição solar, da luminosidade das janelas ou da iluminação artificial.
“Devemos usar cores claras em ambientes sombrios, em que a luz do sol penetra pouco, situação que pode ser equacionada com o emprego de cores claras e iluminação artificial”, explica a arquiteta Ana Carolina M. Tabach.
Nos ambientes de saúde, é importante utilizar uma combinação de cores. As tonalidades quentes ou frias devem ser equilibradas. Com a predominância das tonalidades quentes, mas não excessivamente estimulantes, apenas o suficiente para manter os pacientes despertos e os profissionais com uma boa produção.
Assim, ambientes de saúde podem ter um aspecto vivo e animado, que é transmitido a todos que ali frequentam. “A cor não deve ser um fim em si mesma, mas um meio estético para proporcionar conforto e tranquilidade aos pacientes e àqueles que trabalham em ambientes de saúde”, ressalta a arquiteta.
Propriedades das cores
* Vermelho: dá mais energia, vitalidade e libera adrenalina
* Alaranjado: tonifica, combate a fadiga e aumenta o otimismo
* Amarelo: estimula o sistema nervoso central
* Verde: tem ação refrescante e facilita o sono
* Azul: traz harmonia.
* Índigo: estimula os sentidos e a intuição
* Violeta: ação calmante