Uma das grandes descobertas da medicina, com certeza, foi o uso de células-tronco do cordão umbilical no tratamento de várias doenças hematológicas. O avanço das técnicas e o maior esclarecimento sobre o assunto têm feito com que mais mães decidam fazer a coleta de células-tronco de seus bebês.

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De acordo com dados do Banco de Cordão Umbilical, (BCU), de janeiro a abril o número de famílias que optaram por coletar e armazenar o sangue do cordão umbilical dos seus filhos cresceu 148% em relação ao mesmo período do ano passado.

Um número bastante expressivo se analisarmos que há poucos anos o sangue do cordão umbilical era totalmente descartado. Todo esse avanço deve-se ao desenvolvimento dos equipamentos para armazenagem e as pesquisas crescentes e evolutivas que têm sido realizadas com as células-tronco para o tratamento de diversas doenças.

Atualmente mais de 80 tipos de enfermidades já utilizam as células-tronco, como leucemia, talessemia e anemias. Outras, cerca de 200 estão em estudo, como o seu uso no tratamento do diabetes tipo um, por exemplo.

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Isso graças à capacidade que elas têm de se transformar em diversos tipos de células saudáveis. Além disso, o acesso à informação sobre os procedimentos, as vantagens e o preço mais acessível, se comparado há alguns anos, também têm sido essenciais para que os pais decidam coletar as células de seus filhos durante o parto.

Coleta segura

As células-tronco são o que há de mais avançado na medicina regenerativa e uma das áreas mais pesquisada no mundo, em função do seu potencial para o tratamento de doenças.

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“As células presentes no cordão umbilical têm as vantagens de serem totalmente maduras e livres de impurezas, o que garante ainda mais a eficiência de seu uso na área terapêutica”, comenta o diretor-médico do BCU no Brasil, Alexandre Trevisan.

No entanto, apesar dos benefícios da utilização dessas células, muitas mamães ainda têm diversas dúvidas sobre o procedimento. As mais frequentes remetem ao tempo de armazenamento e se a coleta é segura.

A médica Adriana Ribeiro Homem, responsável-técnica do Banco de Cordão Umbilical, reconhece que o uso de células-tronco do cordão umbilical ainda é um assunto polêmico na atualidade, pois muitas pessoas desconhecem como são realizados os procedimentos e qual a importância para o tratamento e pesquisa de várias doenças.

Conforme a especialista, o procedimento de coleta do sangue de cordão umbilical é seguro tanto para mãe quanto para o bebê, não interfere em nada na hora do parto, após o médico cortar o cordão umbilical, o bebê vai para os procedimentos habituais e a coleta é realizada em cerca de 5 minutos retirando o sangue que ficou no resto do cordão e na placenta. “Portanto, completamente indolor para a mamãe e para o bebê”, enfatiza.

Armazenamento

O sangue coletado é colocado dentro de uma bolsa especial que é enviada para o laboratório onde as células-tronco serão separadas. Após esse procedimento as células-tronco são armazenadas geralmente em duas bolsas de 25 ml e guardadas em tanque de nitrogênio líquido a -196 °C.

Graças à tecnologia utilizada atualmente as células-tronco podem ficar armazenadas por tempo indeterminado. “As primeiras células-tronco coletadas e criopreservadas já têm 23 anos e estão aptas para utilização”, comenta Adriana Ribeiro Homem.

Pra os especialistas, a gestação é o momento mais propício para colocar em discussão as vanta,gens e desvantagens sobre o armazenamento das células do cordão umbilical, pois é uma escolha que não pode deixada para depois e é preciso decidir e se preparar financeiramente antes do parto.

Essas células-tronco podem gerar quaisquer tecidos do organismo. Uma das principais vantagens vem da ampla possibilidade de incessantes pesquisas, que podem comprovar cientificamente que é possível encontrar tratamentos para doenças que exigem, por exemplo, transplante de medula óssea, como a leucemia e mieloma, entre outras.

Com o aumento no número de coletas, devido à maior acessibilidade, o custo diminuiu. Sendo que o valor para coletar e armazenamneto vem se tornando bastante acessível. O fato da concorrência também possibilitou aos pais poderem escolher entre as vantagens e desvantagens que cada uma oferece.

Número de famílias que guardam as células-tronco do cordão umbilical do bebê cresce no Brasil

Compatibilidade garantida

 Ao guardar as células-tronco do cordão umbilical, a família terá a garantia de 100% de compatibilidade e utilização imediata no caso de necessitar de um transplante usando estas células.

Hoje em dia podem ser usadas células-tronco dos próprios órgãos, gordura, pele e dentes. Quando coletadas no momento do nascimento, elas são consideradas “virgens”, pois não sofreram nenhum tipo de influência do meio externo, como medicamentos, influências de fatores externos, estresse e outras, além de ser uma das áreas da medicina em que as pesquisas mais evoluem, ou seja, certamente novas aplicações surgirão ao longo do tempo.

Mais de 80 doenças já podem ser tratadas com as células-tronco do cordão umbilical. Dentre elas é possível citar: anemias, leucemias, linfomas, talassemia, doenças linfoproliferativas e doenças mieloprofilativas.

Bancos públicos ou privados

No Brasil, existem bancos públicos e privados de armazenamento de células-tronco do cordão umbilical. Nos bancos privados, a pessoa precisa pagar uma taxa para a coleta, processamento e congelamento das células, além de uma mensalidade para manutenção.

Elas ficam disponíveis somente para o doador. Já os bancos públicos disponibilizam as unidades imediatamente para quaisquer pacientes brasileiros que precisem de transplante de medula óssea e não tenham um doador familiar.