Coração: Sem medo do cateterismo

Receber a notícia de que terá que passar por um cateterismo assusta qualquer pessoa. Ainda mais para aquelas que deixam para consultar um médico em último caso, quando sentem que alguma coisa não vai bem mesmo. ?O risco de um exame de cateterismo cardíaco é mínimo?, aponta o coordenador de cardiologia do Hospital Santa Cruz, Eduardo Érico Zen, salientando que podem ocorrer algumas arritmias durante o exame ou dores no peito quando o paciente já apresenta ?problemas? cardiológicos avançados, mas que podem ser prontamente corrigidos pelo médico.

Os médicos não se cansam de lembrar que tudo seria mais fácil se as pessoas fizessem exames preventivos regularmente depois dos 40 anos.  Quem não se lembra da prevenção, no momento do cateterismo se enche de dúvidas. Fazer ou não fazer? A sensação de medo é comum entre as pessoas que recebem a notícia. De imediato, o paciente se lembra de alguém que fez o exame e sofreu alguma complicação. Nesses casos, então, a aflição e a angústia aumentam.

Fazer, no entender de Zen, significa segurança em obter informações importantes para o diagnóstico e conseqüente tratamento adequado. ?Muitas vezes, um cateterismo ajuda a evitar um infarto e, até mesmo, a morte súbita?, ressalta. Para o hemodinamicista – médico especialista nessa área – Expedito Ribeiro, se a pessoa tem sintomas que sugerem uma doença coronariana e não faz o exame, ela não sabe se a artéria está obstruída e corre riscos desnecessários. ?Além disso, pode ser surpreendida por um evento cardiovascular de uma hora para outra?, avisa.

Riscos mínimos

Ribeiro ressalta a importância do cateterismo como método investigativo que permite definir a condição real da doença do coração (coronárias, válvulas ou miocárdio ? o músculo cardíaco). Para ele, a maior indicação é no diagnóstico  de lesões coronarianas, pois, dependendo do resultado, pode ser necessário realizar uma angioplastia, podendo ser necessário, inclusive, um stent (mola que permite alargar o local entupido e mantê-lo aberto). ?Esse procedimento utiliza a mesma via de acesso do cateterismo?, explica.

Eduardo Zen salienta que o cateterismo também pode diagnosticar problemas que sejam mais compatíveis com cirurgia de ponte de safena ou apenas tratamento clínico com o uso de medicamentos. No dia-a-dia dos consultórios, o cateterismo já pode ser considerado um procedimento corriqueiro. Com o uso de novas técnicas, equipamentos e contrastes avançados, o exame vem se mostrando cada vez mais seguro. ?Os benefícios compensam eventuais riscos no procedimento, com larga vantagem?, reconhece Zen.

Como é o cateterismo

O procedimento pode ser feito pelo braço ou pela punção de uma artéria da virilha, com anestesia local.  Após selecionar um vaso sangüíneo, o médico faz um corte no braço com dois ou três centímetros de largura ou uma punção da artéria na virilha. Por essa passagem, será introduzido o catéter (tubo ultrafino, de plástico) que irá percorrer o caminho até chegar ao coração ou às artérias coronárias. Um contraste é injetado pelo catéter, permitindo ao médico visualizar ? por meio de um monitor ? os vasos e cavidades do coração. Essas imagens são registradas para posterior avaliação. Alguns pacientes podem sentir uma sensação passageira de calor nesse momento ou apresentar reação alérgica ao contraste utilizado durante o exame, por isso é importante que o médico seja avisado sobre algum tipo de quadro alérgico.

O cateterismo é considerado padrão ouro em cardiologia para diagnóstico de entupimento das coronárias. Por meio dele é que se determina com precisão a existência de algum entupimento e a sua localização exata. Após o exame o paciente deverá ficar em repouso por algumas horas.

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