Convivência reforça vínculos de amizade

Amigos - Foto: Getty Images

Na companhia dos amigos, você ganha incentivo para tomar decisões difíceis e também escuta verdades que, apesar de doloridas, merecem ser ditas. Mas, nem por isso, precisa sofrer com medo de rejeição ou de julgamentos negativos. E também não precisa achar que, para a amizade resistir, é necessário haver muitas semelhanças entre as pessoas. “As afinidades de comportamento favorecem a intimidade, já que é mais provável se aproximar de alguém que freqüenta os mesmos lugares que você”, diz a psicóloga. “Mas as pessoas mudam bastante ao longo da vida. A amizade só permanece, no entanto, quando os valores praticados são os mesmos”.

Para fortalecer a amizade, a convivência é fator-chave. Por isso, laços que se formam na adolescência tendem a ser mais duradouros. Nesta fase, além de transformações profundas, os jovens experimentam situações inéditas, em que o apoio dos amigos é fundamental. Quando há coincidência de idade, a partilha não é só a do momento. Também há divisão de sensações, um adolescente sabe exatamente as dificuldades que o outro enfrenta e tem boas chances de ajudar.

Os pais que, muitas vezes, têm dificuldade de lidar com as relações de amizade mais intensas. Eles sentem ciúme ou sentem-se ameaçados por uma proximidade tão cheia de confissões. Mas a especialista recomenda que as críticas só sejam feitas caso os adultos notem algum tipo de prejuízo no convívio. “O respeito às escolhas dos jovens é determinante para que eles desenvolvam a confiança nos pais. O tipo de apoio que um amigo oferece é diferente daquele esperado dos adultos”, afirma a psicóloga. “Quando a família entende essa diferença, os dois lados saem ganhando”.

Mas não se engane: a fase é de rebeldia e, sempre que puderem, os adolescentes vão usar os amigos para testar os limites dos pais. Nessas condições, o jeito é marcar posição e definir o que está permitido, segundo as regras da família. “A amizade deve ser uma das formas de aprimoramento do ser humano. Sempre que os estímulos oferecidos estiverem na direção contrária aos valores da família, essas divergências têm de especificadas”, afirma Marina.

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