São Paulo – As 400 mil lipoaspirações realizadas por ano no Brasil terão de seguir as mesmas regras daqui para a frente. O Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleceu parâmetros de segurança para a realização do procedimento. Os médicos não podem oferecer a lipo como solução para o paciente emagrecer. Pelo resolução do CFM, a cirurgia tem indicação precisa: corrigir o contorno corporal ou seja, retirar pequenas quantidades de gordura localizada.
Para conter os exageros, a resolução do Conselho estipula limites de gordura que podem ser retirados do paciente numa lipo -7% do peso corporal quando o médico usar a técnica infiltrativa (que produz menos sangramento) e 5% para a não infiltrativa. Em ambas as técnicas, a lipo ainda não pode ser feita em mais de 40% da área do corpo.
“Dentro desses limites, o benefício do procedimento é maior do que o risco”, explicou Antônio Pinheiro, coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM. “Acima deles, a lipo se torna muito arriscada.”
Especialista
Também há regras claras sobre as instalações onde a lipoaspiração pode ser feita e a presença do anestesista durante a cirurgia. Esse especialista tem de participar da lipo quando o paciente é sedado, recebe anestesia geral ou de bloqueio, como a peridural. O anestesista só é dispensável nos casos de pequeno porte, realizados com anestesia local.
O objetivo do CFM foi criar parâmetros de segurança para pacientes e médicos. O trabalho levou um ano e meio para ser concluído e contou com a participação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). “As regras valorizam o trabalho do cirurgião plástico e sua formação”, disse o presidente da SBCP, Sérgio Carreirão.
Para ser cirurgião plástico, o médico tem de passar por cinco anos de estudo depois de formado. Os dois primeiros são de residência em cirurgia geral e os três seguintes de especialização em cirurgia plástica.