Congresso em Curitiba debate os principais distúrbios do sono

A assessora de Marketing de uma grande instituição de Curitiba, Maria Prado, não consegue dormir bem há cerca de dez anos. Mesmo após tomar diversos remédios, o problema continua a incomodá-la. Chega a ficar vários dias apenas se virando na cama à noite. "Fico deitada pensando em tudo, viro para lá e para cá e assim passo a noite", disse. As manhãs são difíceis. O trabalho começa a engrenar somente por volta das 10h30. "Antes fico igual a um zumbi", afirmou.

Ela é uma das cerca de 30% a 50% da população que sofrem de insônia, um dos mais conhecidos entre os quase 90 distúrbios do sono que estão catalogados. Cerca de 600 especialistas estão reunidos desde sábado em Curitiba para o 10º Congresso Brasileiro de Sono, que termina amanhã (15) e tem na insônia e na apnéia dois temas centrais. De acordo com a presidente do congresso, Gisele Minhoto, a insônia atinge sobretudo as mulheres numa proporção de três para um homem. E vai piorando conforme os anos avançam.

Mas, uma vez identificada a causa, é um dos sintomas que têm melhores possibilidades de cura. Sem contar com os tradicionais medicamentos, uma das técnicas difundidas atualmente é a comportamental. Ela consiste na mudança de hábitos com acompanhamento terapêutico. Com isso, pode-se evitar as conseqüências desse mal, refletidas no cansaço físico, nervosismo, dor de cabeça, mau humor e raciocínio lento, que podem aumentar o risco de acidentes.

Apnéia

A apnéia (parada respiratória noturna) é um problema sério, sobretudo porque geralmente não é perceptível para a pessoa que dela sofre. A qualidade do sono é prejudicada porque a cada apnéia a pessoa tem um microdespertar. Mas, segundo Gisele Minhoto, a queda na oxigenação do organismo pode provocar uma sobrecarga no coração e levar ao infarto, hipertensão e derrame. De acordo com ela, a pessoa pode ter cerca de 100 apnéias por sono, com duração média de 20 a 30 segundos. Os homens são os mais propícios, sobretudo a partir dos 40 anos.

A presidente do congresso ressaltou a importância de alguém que está junto com a pessoa durante a noite de alertá-la sobre seu ronco, um dos sintomas da apnéia. "Normalmente a pessoa procura o consultório porque alguém alertou-a do problema", disse. Embora a irritabilidade excessiva e às vezes até a depressão possam ser sintomas, visto que resultam de uma noite mal dormida. O tratamento depende de uma análise em laboratório, com uma noite de sono assistida pelos profissionais. Pode começar com uma simples máscara para melhorar a respiração à noite, mas pode exigir inclusive a cirurgia.

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