Pioneiro na implantação de projetos de redução de danos associados ao uso indevido de drogas entre os países sul-americanos, o Brasil é sede da I Conferência de Redução de Danos da América Latina e do Caribe, que se realiza de 9 a 12 de fevereiro, em São Paulo.
 
O Ministério da Saúde brasileiro adotou a política de redução de danos em 1995, quando passou a disponibilizar seringas e agulhas para usuários de drogas. “O Brasil se constitui no maior pólo de redução de danos na América Latina”, diz Sandra Batista, presidente da conferência e da Rede Latino-Americana de Redução de Danos (RELARD). “A Argentina desenvolve projetos principalmente na capital e em Rosário, cidade com a maior prevalência de HIV entre usuários de drogas injetáveis da América Latina”.

A palestra de abertura da conferência será proferida por Pat O´Hare, diretor excutivo da Associação Internacional de Redução de Danos (IHRA) e fundador do Journal of Drug Policy. “A redução de danos é aceita, cada vez em mais países, como um meio de lidar com os problemas causados pelas drogas, legais ou ilegais”, diz Pat O´Hare, que recebeu o Rolleston Award 2000 por sua contribuição para o movimento internacional de redução de danos.

Com o tema “Outra política de drogas é possível”, a conferência deverá contar com 800 participantes, entre profissionais de saúde e integrantes de 17 associações regionais e 9 redes existentes na América Latina, duas delas com sede no Brasil. Do total de 160 projetos de redução de danos existentes no país, 37 estão no estado de São Paulo. Na capital, foi implantado o PRD Sampa, que engloba as 22 unidades de DST/AIDS do município.

A I Conferência de Redução de Danos da América Latina terá três mesas redondas: As convenções da ONU e seu impacto no América Latina e Caribe; Ativismo por uma outra política de drogas; Legislação para uma outra política de drogas. Deverão ser realizadas 36 mesas temáticas para abordar assuntos como Populações Vulneráveis, Epidemiologia e DSTs, Legislação, Drogas Lícitas e Ilícitas, Contextos Específicos, Atenção Integral – Da vacina à overdose, Etnografia e Diferenças Culturais, Protagonismo e Associações/Redes, Gênero e Mídia.

A tônica da conferência é a questão do aumento do consumo de drogas na região e em todo o mundo e o reconhecimento da contribuição da redução de danos para a saúde dos usuários de drogas legais e ilegais. O debate quer fazer avançar a política de Redução de Danos na América Latina e Caribe como forma mais eficaz de construir e viabilizar uma outra política de drogas.

A organização da conferência é da Rede Latino-Americana de Redução de Danos (RELARD ? Latin American Harm Reduction Network), com apoio da Associação Internacional de Redução de Danos (IHRA ? International Harm Reduction Association), e secretaria executiva da Rede Brasileira de Redução de Danos (Reduc).

As inscrições podem ser feitas no site www.conferenciard.com.br.

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