Infelizmente muitas famílias encontram dificuldades em dialogar sobre sexualidade com os seus filhos. Atualmente esse tema está sendo visto por algumas Instituições como algo de suma importância, porém o ingresso de profissionais aptos para esse debate não está sendo aceitável. Surgindo então o pré-conceito, o medo e até mesmo a falta de vontade para o Programa acontecer. Dentro da sociedade onde existem divergências, obviamente surgem muitas dúvidas em todos os sentidos, e principalmente no tema em pauta, a sexualidade. Não podemos ser hipócritas e pensar que nossos filhos são tão ingênuos como pensamos ou imaginamos. Veja, eles têm acesso a muitas informações, tais como: internet, livros, revistas e principalmente a rua. Com toda certeza temos a consciência que as informações obviamente serão distorcidas ou errôneas.
Tendo em vista todos esses exemplos podemos dizer que a melhor forma de mostrar, explicar e sanar as dúvidas seriam mesmo através de um bom diálogo, um momento lúdico, livros didáticos, enfim, sempre de maneira natural, nunca deixando transparecer insegurança ou medo no momento de transmitir a mensagem para o seu filho. A sexualidade deve ser vista com naturalidade e respeito. Milhares de pessoas confundem sexualidade com relação sexual. No ponto de vista pessoal, a sexualidade pode ser vista da seguinte forma: desde o desenvolvimento do corpo, afeto, namoro, gravidez, o beijo, até chegar então no ato sexual propriamente dito. Os adolescentes infelizmente estão um pouco precoce nos dias de hoje. A crítica vem de todos os lados, devemos repensar a educação, será então falta de diálogo com os pais? Falta de informação? O acesso à mídia sem orientação? Os adolescentes não estão conseguindo se autocontrolar, havendo então vários casos de gravidez precoce. Tendo em vista que essas futuras mamães, estão com o seu corpo em desenvolvimento, dificultando então o processo natural de maturação orgânica. Devemos também observar o desenvolvimento psíquico deste ser humano para que não fique com a estrutura estilhaçada. Pensando na gestação precoce surgem várias preocupações no sentido psíquico-social, tais como: como será essa gestação? A responsabilidade será de quem? Da adolescente, dos avós, Instituição de apoio? É importantíssimo que todos tenham uma oportunidade para obter algum tipo de conhecimento em relação a esse tema, não só em nível de prevenção, mas também aperfeiçoamento.
Posso citar alguns exemplos comuns entre os adolescentes com a faixa etária variando entre 11 e 16 anos, que não tiveram oportunidade de dialogar com os pais. As dúvidas básicas deles são: como nascem os bebês? Beijar na boca engravida? Por quê os meninos não menstruam? Dúvidas que se destacam bastante é em relação a tamanho dos órgãos sexuais, mamas e doenças sexualmente transmissíveis. Sinto então a necessidade que os pré-adolescentes e adolescentes estão sentindo frente a esse tema tão polêmico, que é a sexualidade. A sexualidade deve ser administrada desde o momento gestacional, pois é algo tão natural, só que infelizmente é vista como algo proibido, algo sujo, e conseqüentemente pessoas pensando desta forma não conseguirão transmitir a mensagem com clareza para o seu filho. Sempre deixo bem claro para o pré-adolescente e adolescentes nas palestras que ministro nas Escolas, que o diálogo com os pais é fundamental, não só a sexualidade, mas no geral. É importante ressaltar que em todas as fases da vida podemos encontrar dificuldades, mas na adolescência os temores tendem a crescer um pouco, pois eles estão passando por um momento de transição.
Na adolescência fica em evidência as dúvidas sobre o desenvolvimento de corpo, criando então uma série de auto-questionamento e fantasia. Ele geralmente se sente um pouco confuso e ansioso em relação a sua sexualidade, pois tudo está em constante modificação, desde o seu corpo, sentimento, comportamento e pensamento. É por toda essa transformação natural que todos nós passamos desde a fecundação até o nosso momento é que devemos prestar um pouco mais de atenção nos nossos filhos, pois já vivenciamos o que eles estão vivenciando, e com toda a experiência que obtemos no nosso percurso natural de vida podemos então orientá-los com mais fidelidade e segurança. Apesar da vida atribulada que geralmente levamos, faltando então um pouco de espaço com qualidade para nossos filhos, é que infelizmente está surgindo um grande atrito na nossa sociedade, em relação a este tão polêmico assunto em questão. Pensando então nesta vida corriqueira, decidi então ministrar palestrar esclarecedoras sobre sexualidade, onde os pré-adolescentes, adolescentes, professores e pais, tiram as suas dúvidas, debatem com o grupo, representam em forma de dramatização o que foi transmitido em teoria, enfim, através do lúdico. Ficando então mais fácil e divertido para que todos fiquem esclarecidos sobre o assunto.
Lisiane Sell
é psicóloga