Mulheres que consomem frutos do mar durante a gestação podem estar ajudando a aumentar o QI dos filhos, de acordo com trabalho publicado na revista médica The Lancet. Os autores do trabalho consideram o resultado surpreendente. O estudo contradiz uma recomendação de saúde feita em vários países, para que as grávidas evitem peixes e frutos do mar, por conta do risco de contaminação por mercúrio.

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O mercúrio aparece em pequenas quantidades no peixe e nos frutos do mar, mas pode acumular-se no organismo humano. Altas quantidades do metal podem danificar o sistema nervoso, particularmente no caso de fetos. Por outro lado, os frutos do mar – e também peixe – também são uma fonte importante de ômega 3, essencial para o desenvolvimento cerebral.

Especialistas acreditam que mais pesquisas serão necessárias para confirmar o resultado apresentado na Lancet, mas o fato de o estudo não ter encontrado prejuízos causados pelo consumo de frutos do mar foi considerado significativo. Como os frutos do mar contêm tanto nutrientes quanto toxinas, é difícil para as autoridades formular recomendações claras e precisas a respeito.

O trabalho, encabeçado pelo médico Joseph Hibbeln, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos, rastreou os hábitos alimentares de 11.875 mulheres grávidas da cidade inglesa de Bristol, por meio de questionários.

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Depois do nascimento e ao longo de oito anos, também por meio de questionários enviados às famílias, os pesquisadores avaliaram as perícias sociais e de comunicação das crianças, a coordenação entre mão e olho e os níveis de QI. A conclusão foi de que mulheres que consumiram mais de 340 gramas de frutos do mar por semana tinham filhos mais espertos e com melhor potencial de desenvolvimento.