Autor da coluna Frutas, publicada aos domingos neste caderno, o químico e fitologista Lelington Lobo Franco embarcou ontem para Nova York, onde vai concluir o trabalho de pesquisa para o livro Conheça o que há de melhor nos alimentos que fornecem saúde, energia e aumentam a longevidade e o sistema imunológico (título provisório), a ser lançado no final do ano. Na próxima quarta, faz uma palestra sobre as frutas medicinais – assunto da sua coluna em O Estado – na Big Apple.
O livro é um guia sobre “nutracêutica”, a ciência que analisa os valores nutricionais e os princípios ativos dos alimentos. “Um exemplo é o uso da soja na reposição hormonal: o leite de soja tem isoflavonas, que ajudam a reequilibrar a perda do estrogêneo a partir da menopausa, e não oferece o risco de desenvolvimento do câncer de mama, como acontece com o hormônio sintético”, explica o químico, que já passou um mês na Amazônia pesquisando plantas acompanhado pela equipe do programa Globo Repórter. “A reposição é ainda melhor se o pó ou leite de soja for consumido com banana (rica em vitamina B1) e água de coco.”
Ele cita outro exemplo: “Os diabéticos têm carência de cromo, que ajuda a potencializar a produção de insulina no pâncreas; ao invés de recorrer aos medicamentos alopáticos, os pacientes podem fazer um chá forte com folhas de cevada, que impede a hipocalimia (baixo nível de potássio no sangue), com iogurte natural, que aumenta as células que contêm interferon, capaz de previnir muitas doenças degenerativas”.
Outro “santo remédio” disponível em qualquer feira ou supermercado é o abacate: “Rico em gordura insaturada, o abacate ajuda a `limpar’ as células do mau colesterol; contém glutationa, substância que bloqueia mais de 30 agentes cancerígenos, vitamina A (boa para visão) e lecitina, que ajuda na produção de minerais. Uma pessoa que consuma 50g de abacate todo dia pode aumentar sua expectativa de vida em quatro ou cinco anos”, revela. “Combinado com outros alimentos, como o óleo de girassol e o peixe, o abacate evita a arteriosclerose (endurecimento das artérias)”.
Em resumo, o livro é um guia que demonstra que a alimentação correta pode prevenir doenças degenerativas. E Nova York é a capital dos estudos de nutracêutica – daí a necessidade da viagem. “Nos EUA é comum a venda de alimentos nutracêuticos, como uma solução de folhas de agrião com mel e água mineral ou a água com isoflavona. Aqui a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda resiste em permitir a comercialização de alimentos com propriedades medicinais. É preciso uma mudança de atitude”, considera. Lelington Lobo Franco também está preparando para setembro o lançamento de outro livro, Os Segredos Revelados de 50 Chás Medicinais, uma espécie de bê-a-bá com propriedades, indicações, contra-indicações e receitas de 50 tipos de plantas medicinais.
