Por ano, são feitos no Brasil perto de 12 mil ciclos de fertilizações in vitro em cerca de cem clínicas de reprodução assistida reconhecidas no País. Os gastos com os medicamentos necessários para viabilizar o tratamento podem chegar a metade do valor despendido, dependendo da técnica escolhida. Valores que podem varia de R$ 6 mil a R$ 20 mil, por tentativa. E o que é pior: uma parcela considerável de casais desperdiça esse dinheiro pela falta de adesão ao tratamento, devido, principalmente, a falhas na aplicação dos medicamentos.
Uma das opções para reverter esse quadro se encontra na farmácia especializada em remédios exclusivamente para reprodução assistida. Esses estabelecimentos comerciais se notabilizam por dividir a responsabilidade do efetivo tratamento com médicos e pacientes. A farmacêutica Ellen Karina dos Anjos conta que a prestação de tal serviço deve contemplar um atendimento diferenciado e individualizado. ?Muitas vezes chegamos a ligar para as pacientes, lembrando o horário certo para a tomada do remédio?, comenta.
Segundo o ginecologista Nilson Roberto de Melo, ex-presidente da Febrasgo (Federação das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia), normas da Anvisa ? Agência Nacional de Vigilância Sanitária – proíbem a venda de medicamentos para reprodução assistida dentro das clínicas. ?A lei n.º 5.991, de 1973, diz que somente as farmácias e drogarias, que dispõem de farmacêuticos responsáveis, podem se ocupar da venda desse tipo de medicamento?, esclarece.
Momento delicado
A administradora farmacêutica Silvia Grassi, da Farmafertil, diz que a vantagem de se procurar atendimento especializado nesse tipo de farmácia é que a paciente recebe orientação e um acompanhamento profissional nesse momento tão importante da sua vida. ?A farmácia segue à risca a prescrição médica, fazendo com que a ansiedade e o estresse provocados pelos horários rígidos das injeções diárias, por exemplo, sejam minimizados?, ressalta.
Outro fato que distingue tal tipo de estabelecimento é que todas as pessoas que buscam tal serviço vão em busca de um mesmo sonho e lutam para realizá-lo. ?Muitas vezes, as pessoas que recorrem aos nossos serviços estão fragilizadas, passam por um momento delicado e não querem se expor ainda mais?, comenta, salientado que o atendimento humanizado é o princípio básico desse atendimento.