Colírio para glaucoma virou coisa de macho. Pode acabar com um dos maiores tormento do mundo masculino – a calvície. É o que mostra uma pesquisa que acaba de ser publicada por um grupo de pesquisadores na revista da FASEB (Federação das Sociedades Americanas de Biologia Experimental) sediada no Reino Unido.  Os autores afirmam que resolveram fazer o experimento com folículos capilares usando bimatoprosta, porque a substância já é utilizada em cosmético para aumentar os cílios.

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Apesar do resultado não ser conclusivo, a pesquisa revela que os folículos capilares produzem mais cabelo quando tratados com bimatoprosta do que os que não recebem o colírio.

Ficou animado? Calma. Vai ter alguns obstáculos pela frente. O preço da medicação é o primeiro deles. Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, um frasco de colírio com 3 ml sai por R$ 70 reais.

Outro problema, comenta, é o couro cabeludo funcionar como uma verdadeira esponja por ser bastante vascularizado. “Isso aumenta a gravidade dos efeitos colaterais da medicação por causa da maior absorção do medicamento”, afirma.

Riscos

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Por exemplo, observa, o bimatoprosta pode provocar hipertensão arterial, dor de cabeça, náuseas e falta de ar em pessoas que apresentem sensibilidade à substância, mesmo quando usado nos olhos.

As pesquisas do fabricante mostram que a interação do colírio com betabloqueador, remédio usado para tratar hipertensão arterial, pode causar vertigem. O médico destaca que quanto maior a área do couro cabeludo em contato com o bimatoprosta, maior pode ser o estrago. Por isso, quem é hipertenso deve ter cautela.

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Outro grupo que deve redobrar a atenção para usar bimatoprosta é o de portadores de insuficiência renal. Isso porque o principal meio de excreção  do medicamento são as vias urinárias.

Vaidade em alta

Queiroz Neto afirma que a população masculina está cada vez mais vaidosa. Por isso, não duvida que nos próximos meses possa aumentar o consumo de bimatoprosta no Brasil. Só para se ter uma idéia, os prontuários do hospital mostram que hoje o público masculino já responde por 4 em cada 10 cirurgias refrativas para corrigir miopia, hipermetropia e astigmatismo. Há 10 anos eles representavam só 20% de todas as cirurgias, ou seja, a procura por refrativa pela população masculina dobrou neste período.

Queiroz Neto destaca que 60% dos pacientes afirmam que querem se livrar dos óculos para  aparentar menos idade. Não por acaso, entre os que passaram dos 40, ele conta que o procedimento mais procurado é a monovisão – deixar um olho enxergando bem de perto e  outro de longe para não usar óculos de leitura, um sinal incontestável do avanço da idade.

A maioria prefere o procedimento feito com intralase por ser inteiramente feito laser e, portanto, mais preciso e seguro. A dica para quem não puder usar bimatoprosta para recuperar o cabelo é que sem óculos uma pessoa pode parecer até 10 anos mais jovem.