As cólicas menstruais são a desordem ginecológica mais comum em mulheres em idade fértil. Caracterizadas pela dor na parte inferior do abdômen que começa no início do fluxo menstrual, as cólicas de estímulo contínuo podem causar alterações no sistema nervoso, de acordo com um estudo do Instituto de Ciências e do Cérebro da Yang-Ming University, em Taiwan. O estudo será publicado na íntegra na edição de setembro da revista Pain.
Através da análise de 32 pacientes que sofriam de cólicas menstruais, os pesquisadores relataram mudanças anormais na estrutura do cérebro, quando elas sentiam dores e até mesmo quando elas não se queixavam. O acompanhamento foi feito através de questionários e de ressonância magnética, que era feita quando as pacientes não apresentavam dores.
Assim, mapas da massa cinzenta do cérebro de cada voluntária foram criados e os pesquisadores puderam ver que houve variações significativas no volume dessa massa cinzenta. Além disso, diminuições anormais foram encontradas em regiões envolvidas na transmissão da dor, significando maior processamento sensorial que afetava a regulação das regiões envolvidas na modulação da dor e na regulação dos hormônios.
O coordenador do estudo, o professor Jen-Chuen Hsieh, comentou: “Nossos resultados demonstram que as mudanças anormais em determinadas regiões do cérebro estão presentes em pacientes que costumam ter cólicas menstruais mesmo no período em que não há dor. Isso mostra que não somente a dor física, mas também o período cíclico em que elas ocorrem podem resultar em mudanças duradouras”, que acrescentou ainda: “Esse estudo mostrou que o cérebro adolescente é mais vulnerável a dor menstrual, porém precisamos de mais estudos que mostrem o porquê dessa relação, bem como a interferência hormonal no quadro clínico e se as alterações cerebrais são reversíveis ou não.”
Aliviando as cólicas menstruais
Mais de 50% das mulheres em idade fértil sentem calafrios só de olhar o calendário e notar que a fase de cólicas está chegando. “Dos 12 aos 30 anos, esse é um problema comum”, afirma a ginecologista Silvana Chedid, diretora da clínica Chedid Grieco e chefe do setor de Reprodução Humana do Hospital Beneficência Portuguesa. “O mal aparece em consequência das contrações realizadas pelo útero para eliminar o sangue. Ou seja, quanto mais intenso for o fluxo da mulher, mais fortes são as cólicas”, explica a médica.
Mas se você já está cansada de saber o que está por trás de tanto sofrimento e quer mesmo é arranjar uma solução para ele, confira algumas dicas de soluções simples e muito eficazes para acabar de vez com esse martírio.
1. Analgésicos e anti-inflamatórios: “Algumas mulheres têm cólicas mensalmente. Para elas, lançar mão de algum remédio pode ser a melhor saída. Mas só faça isso depois de consultar um médico”, afirma a ginecologista do Hospital Beneficência Portuguesa.
2. Anticoncepcionais à base de hormônios: A pílula ou outros métodos do gênero têm ação comprovada contra as dores de quem pena com o fluxo muito intenso. Como ela diminui a intensidade do fluxo, as cólicas também acabam diminuindo.
3. Massagens: Técnicas que utilizam o calor (como a massagem de pedras) têm ótimo efeito contra as dores e os inchaços tão comuns no período. As massagens ayurvédica, tuiná, o shiatsu e a reflexologia melhoram a circulação e relaxam a musculatura, afirma a fisioterapeuta Andréa Machado, gerente do Thalasso Spa da Praia do Forte (Bahia).
5. Exercícios físicos: Quando treina, você aumenta a dose de endorfina que circula no sangue. Esse hormônio provoca uma sensação de prazer e euforia, ajudando a esquecer o desconforto. Além disso, o esforço físico faz com que os vasos do colo uterino se dilatem, facilitando a passagem do sangue. “Fora isso, os líquidos retidos que causam o inchaço, tanto da mama como do ventre, são mais bem drenados com o aumento da temperatura corporal e com a transpiração”, afirma a especialista do Thalasso Spa.
6. Bolsa de água quente: O calor alivia as dores porque relaxa os músculos, dilata os vasos capilares e produz o bem-estar.