O Ministério da Saúde reserva o dia 8 de agosto para lembrar às pessoas da importância de se conhecer (e controlar) os índices de colesterol. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte em diversos países e o principal motivo é, justamente, altos índices de gordura no sangue. O colesterol alto não apresenta nenhum tipo de sintoma. ?O primeiro deles pode ser o ataque cardíaco, o derrame cerebral ou até mesmo a morte?, adverte a endocrinologista Ellen Simone Paiva, do Centro Integrado de Terapia Nutricional.
Por isso, quem tem histórico de morte por infarto ou por doenças arterioscleróticas na família; é obeso; sedentário ou ingere uma grande quantidade de gorduras saturadas tem mais chances de ter colesterol alto e sofrer das suas conseqüências. Os especialistas também esclarecem que o colesterol, em si, não é uma doença, se constituindo num tipo de gordura crucial para muitos processos metabólicos do organismo, tais como a produção de hormônios e de vitamina D. Também é importante para a integridade estrutural das células.
Artéria entupida
O cardiologista Paulo Roberto Rossi explica que o colesterol é produzido no fígado e transportado para todo o organismo pelo sangue. O colesterol com alta densidade de lipoproteínas (HDL) que permanece no sangue até ser eliminado é conhecido como o bom colesterol. Já o de baixa densidade (LDL) é conhecido como o mau colesterol. ?Este é o responsável pela formação de depósitos de gordura nos revestimentos das artérias?, frisa o médico.
Com o passar do tempo, esse estreitamento reduz o fluxo de circulação para o coração, podendo levar ao ataque cardíaco ou ao derrame. ?Principalmente, quando o colesterol elevado vier acompanhado de outros fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, estresse, sedentarismo e tabagismo?, observa Rossi. No entanto, os médicos reconhecem que por meio de ações simples, como uma dieta prudente, exercício regular e o uso de alguns medicamentos, a situação pode ser revertida.
Equilíbrio
Foi o que aconteceu com o analista de sistemas Fernando Rocha, que, aos 44 anos de idade, após passar por um susto, quando começou a sentir falta de ar e dores no peito, orientado pelos médicos, abandonou a vida desregrada que levava. Hoje, não fuma, pratica exercícios regularmente e se alimenta saudavelmente. ?Meu coração está zerado?, comemora.
Conforme Ellen Paiva, muitas pessoas já nascem geneticamente predispostas e produzem colesterol em grande quantidade. Assim, mesmo que conseguissem eliminar toda a substância de suas dietas, não diminuiriam seus índices e precisariam de medicação para fazer esse controle. ?O equilíbrio entre medicação, dieta e exercícios fazem toda a diferença na vida de quem tem colesterol alto?, reconhece a médica.
O colesterol alto não é prejudicial apenas para o coração. A gordura pode ficar acumulada em qualquer ponto do sistema circulatório, ocasionando uma série de doenças, pois ao serem oxidadas, suas moléculas estimulam o início da formação das placas ateroscleróticas. ?Elas ?endurecem? as artérias e podem se romper, provocando infarto agudo do miocárdio, disfunção erétil e acidente vascular cerebral (AVC)?, enumera o cardiologista do Hospital Ecoville, José Antônio da Silva.
Para reduzir o colesterol
* Conhecer a sua taxa de colesterol
* Limitar o consumo de alimentos com gorduras saturadas
* Abusar das frutas e verduras
* Consumir grãos integrais
* Preferir peixes, carnes magras e frango sem pele
* Leite? Só desnatado
* Praticar exercícios físicos regularmente
* Fugir do cigarro, do álcool e da obesidade