maissaude_infarto.jpgUma pesquisa realizada em nove países da América Latina, da qual participaram mulheres e homens com mais de 30 anos de idade, revela que mais da metade dos entrevistados desconhece que existem duas fontes de colesterol. Embora 42% tenham respondido corretamente que as fontes de origem são os alimentos consumidos e o colesterol produzido pelo organismo, 36% indicaram que as duas fontes são os alimentos e o álcool e 11% destacaram o colesterol originado de alimentos gordurosos e aquele originado de frutas e verduras.

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Os especialistas explicam que o colesterol está presente apenas em comidas de origem animal, como gema de ovo, fígado, frios e embutidos. Também é encontrado, embora em menor quantidade, na gordura da carne e nos derivados de leite, como manteiga e queijos amarelos. Sem contar os ácidos graxos trans também relacionados a doenças cardiovasculares, que aparecem em alimentos industrializados.

Os especialistas são unânimes em afirmar que, quando o assunto é colesterol alto, a melhor saída é o bom controle. "O colesterol elevado faz com que exista maior chance de ocorrer uma obstrução nas artérias, impedindo, com isso, que o oxigênio chegue ao coração, diz a cardiologista Maria do Rocio Peixoto de Oliveira, do Hospital Cardiológico Costantini. Segundo a médica, a alimentação desregrada é a principal vilã dessa estatística. ?Cerca de 30% do colesterol que circula pelo corpo é resultado do que se come e o excesso de gordura justifica o nível elevado de colesterol na população?, salienta.

Os dados da pesquisa, patrocinada pelo laboratório Merck Sharp & Dohme, indicam que há muito a ser feito em termos de conscientização sobre a importância da prevenção das doenças cardiovasculares e do entendimento do papel do HDL como agente isolado no risco. Conforme Maria do Rocio, essa situação é preocupante, já que o alto nível de colesterol, principalmente a fração LDL – responsável pela formação das placas de ateromas (gorduras nas artérias) – propicia o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, as que mais matam no mundo.

O bom e o mau colesterol

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A mudança no estilo de vida das populações urbanas nas últimas décadas também é apontada como um dos principais motivos do aumento das complicações decorrentes do colesterol alto. A alimentação de má qualidade, a falta de atividades físicas, o estresse, o lazer sedentário, o tabagismo: tudo isso vem contrinuindo para que os níveis de colesterol na população aumentem.

O colesterol é um tipo de gordura crucial para muitos processos metabólicos do organismo, tais como a produção de hormônios e de vitamina D. Também é importante para a integridade estrutural das células. O presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia, Paulo Roberto Rossi, explica que ele é produzido no fígado e transportado pelo sangue em lipoproteínas. O colesterol com alta densidade de lipoproteínas (HDL), que permanece no sangue até ser eliminado, é conhecido como o bom colesterol. O colesterol com baixa densidade (LDL) é conhecido como o mau colesterol. ?É ele o responsável pela formação de depósitos de gordura nos revestimentos das artérias?, ressalta o médico.

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Os tratamentos para reduzir os níveis de colesterol, indicados pelos cardiologistas, recomendam uma dieta baixa em ácidos graxos e gorduras saturadas e a prática de exercícios físicos. No entanto, muitos pacientes não conseguem reduzir seu colesterol apenas com dieta e exercício. Para eles é necessária a administração de um medicamento para reduzir os níveis de colesterol LDL. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia estimam que 6 a cada 10 pacientes com colesterol elevado, não conseguem alcançar as metas recomendadas pelo médico.

Confira as taxas consideradas saudáveis pelos especialistas:

Adulto sadio

Colesterol total: até 200 mg/dl.

LDL: abaixo de 160 mg/dl.

HDL: acima de 40 mg/dl.

Pessoas com mais de dois fatores de risco

Colesterol total: até 200 mg/dl.

LDL: abaixo de 130 mg/dl.

HDL: acima de 45 mg/dl.

Pessoas com doenças coronarianas ou diabete

Colesterol total: até 200 mg/dl.

LDL: abaixo de 100 mg/dl.

HDL: acima de 45 mg/dl.

Para reduzir o colesterol

– Fazer exame de sangue para medir a taxa de colesterol.

– Controlar a ingestão calórica, limitar o consumo de alimentos com gorduras saturadas.

– Consumir porções diárias de frutas e verduras.

– Consumir cereais ou outros derivados de grãos integrais.

– Dar preferência em consumir peixe, carnes magras e frango sem pele.

– Preferir leite desnatado.

– Praticar exercícios físicos sob orientação diariamente.

– Manter peso saudável.

– Abolir o cigarro.

– Consumir álcool com moderação.

– Consultar um médico para receber tratamento/orientações adequadas para controlar e manter níveis adequados de colesterol.

Fonte: Associação Americana do Coração.