Uma resolução do Conselho Federal de Odontologia (CFO), publicada no Diário Oficial da União (DOU) em outubro de 2008, define que o cirurgião-dentista deve ser habilitado para práticas integrativas e complementares à saúde bucal como acupuntura, homeopatia e laserterapia, entre outras.
Após quase um ano de vigência, a normativa traz a tona uma discussão até então defendida pelos profissionais da área, mas pouco difundida na comunidade: a necessidade e o direito da população em exigir do profissional de odontologia uma habilitação certificada pelo seu órgão de classe.
Segundo o doutor em Dentistica, Fabiano de Mello, a comunidade pode se beneficiar com a medida tomada pelo CFO, pois a população irá dispor de um profissional mais consciente e apto a praticar a técnica sem causar danos ao paciente.
Antes da regulamentação, as queixas eram muitas. “Profissionais sem habilitação causavam riscos ao tratamento ou não obtinham o resultado esperado pelo paciente, além de cobrar valores exorbitantes”, reconhece.
A partir da normativa, o profissional que estiver praticando a laserterapia sem a devida habilitação e causar algum erro no tratamento estará incorrendo em uma infração ética perante o CFO, podendo responder criminal e civilmente por esse ato. “É como dirigir sem estar devidamente habilitado”, compara o odontólogo.
Esclarecimento
De acordo com o especialista, a luz laser oferece muita segurança ao ser utilizada, e difere das outras formas de luz, mas no caso do clareamento, a luz comumente utilizada pelos profissionais é uma luz alógena fria, com o propósito de acelerar o tratamento. “É fundamental identificar quais os efeitos que essas fontes de luz causam sobre o agente clareador e a estrutura dental”, alerta Mello.
A laserterapia é usada para acelerar o processo de osseointegração no implante de dentes e em cirurgias bucais, como extrações. Por ter efeito antiinflamatório e analgésico, pode auxiliar na reparação do dente, evitando a dor.
Já o laser de alta intensidade ou cirúrgico é usado para cirurgias de tecido mole, para combater neoplasias benignas, em cirurgias de freio labial e lingual e na desinfecção de canal. O especialista admite que essas informações são pouco esclarecidas pelos profissionais no consultórios.
Hoje, o Paraná conta com poucos profissionais habilitados legalmente em laserterapia. Após um ano de vigência da resolução este número ainda é ínfimo. Na opinião de Mello, aumentar esse contingente trará um ganho no que diz respeito à qualidade e eficácia dos tratamentos. “É preciso que a sociedade esteja ciente da necessidade de ter seus direitos preservados nessa questão”, completa Mello.
