A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) lançou um alerta para esclarecer que a hérnia de disco não tem como solução necessária a cirurgia, indicada só em 5% dos casos.
Para o cirurgião Luiz Roberto Vialle, da PUCPR, a dor atribuída à hérnia só precisa de alívio com alguma medida de suporte na maioria absoluta dos casos e em três a quatro semanas os sintomas regridem naturalmente.
Para Vialle o nome “hérnia de disco” não é adequado, pois o que causa a dor geralmente não é o disco, mas o “gel” que escapa dele.
O especialista explica que o disco corresponde a uma bolsa de água quente cheia de um gel (amortecedor). Com o desgaste devido à idade ou eventualmente a um trauma, a parede externa dessa bolsa se deforma e um pouco de gel escapa, encostando-se a um nervo que reage como um fio elétrico. O resultado é a dor.
De acordo com os especialistas da SBOT, a maioria dos casos da dor na coluna ou da dor no ciático, sentida na coxa, regride sem qualquer medida e não há que fazer massagem “nem procurar a benzedeira”.
Bastam medidas de apoio ao paciente, para ajudá-lo a suportar o prazo de três a quatro semanas. Em 10% dos casos há necessidade de tratamento com antiinflamatórios e analgésicos.
Só 5% é necessária a operação. Hoje, a cirurgia é bem simples e pouco invasiva, geralmente, não há necessidade de ser complementada com implantes metálicos ou longa internação hospitalar.