Cirurgia de miopia a laser ganha terreno no Paraná

Mais de quatro milhões de pessoas sofrem com problemas visuais no Brasil. Entretanto a evolução nos últimos anos da oftalmologia vem permitindo que problemas antigamente considerados incuráveis obtenham solução por meio de processos rápidos e práticos. Hoje, as pessoas que tem problemas com miopia, astigmatismo e hipermetropia podem se dar ao luxo de enxergar normalmente sem o uso de óculos ou lentes de contato. Isto é possível por meio da cirurgia refrativa feita por um aparelho chamado Excimer Laser. A cirurgia custa em média no mercado curitibano cerca de R$ 1,2 mil por olho. Entretanto, alguns planos de saúde pagam toda a cirurgia se o paciente tiver mais de 7 graus.

Segundo o oftalmologista Marcelo de Oliveira Mendes, o laser emite uma luz que não queima ou corta, mas literalmente vaporiza o tecido corneano em camadas. Consequentemente, acontece um aplanamento da curvatura da córnea, permitindo que as imagens fiquem melhor focalizadas na retina. Na maioria dos casos, apenas entre 10% e 15% da espessura da córnea é retirada e as atividades diárias retornam ao normal em média nas 24 horas seguintes a intervenção cirúrgica.

Para o engenheiro Tito Correia Júnior, que tinha miopia e viveu 14 anos usando óculos de grau, sua a vida é outra depois de ter feito, há um mês, a cirurgia refrativa a laser. “Tinha uma vida limitada. Não podia fazer determinadas atividades como mergulhar por exemplo. Hoje sou outra pessoa. O procedimento foi simples e em poucos dias estava enxergando como uma pessoa normal ou até mesmo melhor”, brinca Júnior.

O procedimento do laser leva cerca de 3 minutos, é geralmente indolor, pois é usada a anestesia tópica por colírios. Não tem curativo. Para todos os graus, a técnica mais utilizada é a intracorneana (Lasik), isto é, com aplicação do laser sob uma camada levantada na superfície da córnea. A visão é recuperada de forma praticamente imediata e não há alterações de cicatrização. Os dois olhos podem ser corrigidos na mesma cirurgia. O pós-operatório é simples e necessita apenas o uso de colírios por poucos dias.

Indicação

O procedimento é indicado principalmente para pacientes entre 20 e 60 anos, com grau estável há um ano, que tenham até 4 ou 5 graus de astigmatismo ou de hipermetropia e os míopes de até 10 graus podem ser beneficiados com a cirurgia.

Antes de iniciar a cirurgia, são investigados os antecedentes pessoais e familiares do candidato como gravidez, diabetes, glaucoma, uso de lentes de contato ou doenças da retina, que incluem lesões e chance de descolamento. Além disso, segundo Mendes, é extremamente importante fazer o exame de paquimetria e topografia corneana, pois eles determinam possíveis alterações, tais como, ceratocone, degeneração pelúcida e astigmatismo irregular, que são contra-indicados para a cirurgia a laser.

Segundo Mendes, objetivo principal da cirurgia refrativa é fazer com que o paciente deixe de usar óculos e lentes de contato, que nem sempre são de fácil adaptação. Além disso, também há um vantagem econômica: enquanto o paciente gasta com óculos de grau ou lentes de contato e líquidos para manutenção, com esse procedimento fica livre desses valores para o resto da vida.

Hoje, milhares de pacientes em todo o mundo já fizeram com sucesso a cirurgia refrativa laser. Em Curitiba, o processo teve início há sete anos e atualmente opera cerca de mil pessoas por mês. No Brasil, o uso do Excimer Laser foi aprovado pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

MIOPIA

Ocorre quando a córnea é muito curva ou o olho é maior que o normal no seu diâmetro ântero-posterior. Em um olho normal, a córnea e a lente (cristalino) focam as imagens na região posterior do olho (retina). Na miopia, como o olho é maior, a imagem se forma na frente da retina, ficando desfocada quando olhamos objetos à distância. Por essa razão, as pessoas têm maior dificuldade de enxergar de longe.

HIPERMETROPIA

A pessoa que tem essa doença geralmente não enxerga bem tanto de perto quanto de longe. A imagem se forma atrás da retina. Os primeiros sinais da hipermetropia são fadiga ocular e dores de cabeça. O esforço permanente para ver melhor pode ser a causadora dessas manifestações, que acontecem mais freqüentes ao fim da tarde e depois do trabalho. Uma fraca hipermetropia passa freqüentemente desapercebida até os 40 anos, pois o olho se “acomoda” para estabelecer uma imagem nítida.

ASTIGMATISMO

É uma espécie de erro de refração, tal como é o caso da miopia e hipermetropia. O doença é uma situação em que a superfície frontal do olho apresenta uma má formação. A curvatura irregular da superfície da córnea evita que a luz seja corretamente focada na retina, situada na parte posterior do olho, o que conduz a uma visão embaciada a todas as distâncias. O enfermidade, embora possa ocorrer sem outros distúrbios visuais, está, na maior parte das vezes, associado à miopia ou hipermetropia. O astigmatismo é um defeito hereditário.

CERATOCONE

Uma doença bastante comum que também provoca a miopia e o astigmatismo, mas que não pode ser solucionada com a cirurgia refrativa a laser é o ceratocone. Segundo o oftalmologista Jackson Barreto, a ceracotone é uma doença degenerativa da córnea e pode estar associada, entre outras, com doenças hereditárias, atópicas (alérgicas) e genéticas como a síndrome de Down. Geralmente, pacientes com a doença têm modificações freqüentes nas prescrições dos seus óculos em curto período de tempo e, além disso, os óculos já não fornecem uma correção visual satisfatória. As refrações são freqüentemente variáveis e inconsistentes. Acontece nos dois olhos e aparece com mais freqüência entre 15 e 21 anos.O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de retinoscopia e ceratometria, mas o mais correto é a topografia de córnea que pode mostrar um caso que ainda não se manifestou. A etiologia proposta para o ceratocone inclui mudanças físicas, bioquímicas e moleculares no tecido corneano, entretanto nenhuma teoria explica completamente os achados clínicos e as associações oculares e não-oculares relacionadas ao ceratocone.

Na fase inicial da doença, o paciente tem boa visão com óculos. Mais tarde, ele precisa usar lentes de contato rígidas gáspermeaveis e caso a doença evolua no decorrer dos anos (mais deanos), a queda de visão poderá chegar ao ponto de necessário de ter que realizar um transplante de córnea. Há também a cirurgia do Anel de Ferrara que pode ser paliativa ou intermediária.

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