Milhões de crianças latino-americanas são “fumantes passivas” e têm sua saúde seriamente prejudicada ao aspirar a fumaça dos cigarros dos adultos que fumam ao seu redor, afirmou a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS).
Ao comentar os diversos riscos que corre a saúde da criança na América Latina, a OPS recordou que, segundo dados do Atlas do Tabaco publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2001, 69% das crianças cubanas estariam expostas à fumaça em seus lares, 68% na Argentina, 57% no Chile e 46% na Bolívia.
“O tabaco é um risco ambiental ao qual estão expostas muitas crianças em todo o mundo”, disse a OPS, acrescentando que “elas são os principais fumantes passivos, pois aspiram involuntariamente a fumaça dos cigarros dos fumantes que as rodeiam”.
Essa situação, advertiu o órgão, “prejudica seriamente sua saúde”. Segundo a OPS, “um complexo conjunto de substâncias químicas são geradas no momento de fumar e, quando as crianças as recebem, aumenta o risco de que sofram pneumonia, bronquite, asma, otite média crônica (infecção do ouvido médio), problemas respiratórios crônicos e até cardiopatias quando adultas”.
As mulheres grávidas que fumam podem prejudicar a saúde do feto, “provocando danos irreversíveis ao desenvolvimento do bebê”.
Apenas nos Estados Unidos, segundo cálculos anuais realizados durante os anos 90, “se registraram entre 150 mil e 300 mil casos infantis de pneumonia e bronquite relacionados à exposição ao tabaco e mais de 1,5 milhão de casos de problemas respiratórios em crianças cujos pais fumavam no lar”.
“Outro dos problemas na América Latina e no Caribe é a exposição ao tabaco em lugares públicos, que varia, de acordo com o país, entre 45% e 70%”, revelou o documento da OPS.