Funciona?

Chilique de criança? Psicóloga da dica para acabar com as birras da piazada

Diálogo é o melhor caminho, diz psicóloga. Foto: FreeImages

Birras e chiliques estão entre os piores momentos do dia-a-dia de um pai ou uma mãe. Com frequência, não sabemos como lidar com essa situação e acabamos nos deixando levar pela criança, nos tornando agressivos ou nos sentindo péssimos pais. Mas será possível que uma simples pergunta possa desarmar uma criança em um momento de birra?

A jornalista Fabiana Santos é casada e tem dois filhos, Felipe, de 11 anos, e Alice, de 5. No blog Tudo sobre minha mãe, ela fala sobre o seu dia-a-dia na missão de educar os dois pequenos. E foi ali que ela compartilhou uma fórmula sugerida pela psicóloga infantil Sally Neuberger, que atendeu Alice porque a pequena estava com dificuldades em suas primeiras semanas na escolinha.

“A psicóloga me explicou que precisamos fazer a criança se sentir respeitada, no sentido de darmos valor ao que elas estão sentindo. E assim, na hora de uma crise, seja porque motivo for, uma criança a partir dos 5 anos de idade precisa ser atendida no sentido de pensar e achar a resposta sobre o que está acontecendo com ela”, conta Fabiana. “Isso desmonta a criação de caso”.

“De forma mais objetiva: quando um chilique começar – seja porque o braço da boneca saiu do lugar, seja porque está na hora de dormir, seja porque o dever de casa não saiu do jeito que ela queria, seja porque ela não quer fazer uma tarefa – seja o motivo que for, podemos fazer a seguinte pergunta para a criança, olhando nos olhos dela e com bastante calma: ‘Isto é um problema grande, um problema médio ou um problema pequeno?’”, explica a mãe.

Problemas pequenos

A pergunta tem mudado a forma como Fabiana administra as birras de Alice – que está amadurecendo graças a essa simples dica. “Eu poderia dar vários exemplos onde tenho usado essa perguntinha nos últimos tempos. Um deles foi na hora de escolher a roupa para ir a escola (aqui não tem uniforme)”, conta Fabiana.

“Muitas vezes minha filha faz aquela cena para escolher a roupa. Para resumir: ela queria uma calça, a preferida dela estava lavando, começou o chororô e eu firme: ‘Alice, isso é um problema grande, médio ou pequeno?’ Ela, sem graça, olhando para mim, falou baixinho: ‘Pequeno’”, relata a mãe.

“Eu mais uma vez expliquei que já sabíamos que problemas pequenos são fáceis de resolver. Pedi sugestão de como resolveríamos aquele problema pequeno (aprendi que é importante dar tempo para ela pensar e responder) e ela: ‘Escolhendo outra calça’.  E eu acrescentei: ‘E você tem mais de uma calça para escolher’. Ela sorriu e foi buscar outra calça. Dei meus parabéns por ela ter resolvido o próprio problema porque, claro, valorizar a solução é uma parte imprescindível para fechar a história”, conta Fabiana.

“Um problema pequeno sempre é rápido e tranquilo de resolver. Algum que ela considera médio muito provavelmente será resolvido, mas não na mesma hora, e ela vai entender que há coisas que precisam de algum desdobramento para acontecer. Se um problema for grave – e obviamente que grave na cabeça de uma criança não pode ser algo a ser desprezado mesmo que para a gente pareça bobo – talvez seja preciso mais conversa e atenção para ela entender que há coisas que não saem exatamente como a gente quer”, explica ela.

Fabiana garante que as respostas de “problema pequeno” ganham de disparada sobre as outras. “Já teve vezes em que Alice foi sincera em dizer: ‘Acho que isso nem é um problema, mamãe’”, conta. “Agora Alice até ri envergonhada com o início de um chilique sem sentido”.

Leia mais sobre temas ligado às famílias no blog Sempre Família.

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