A Central Estadual de Transplantes (CET) e o Hospital do Trabalhador (HT) promovem nesta terça-feira (10) e quarta-feira (11) palestras sobre a doação de órgãos e tecidos visando melhorar os índices de captação. O evento está sendo realizado no auditório do hospital com a participação de cerca de 400 funcionários.
O objetivo do evento é aumentar o número de captações de órgãos e tecidos com a abordagem de potenciais doadores por uma equipe do Hospital do Trabalhador. Os profissionais, assistentes sociais e psicólogos, passaram por treinamento com a Central Estadual de Transplantes para aperfeiçoar o atendimento e a abordagem aos familiares que estão em dificuldade pela perda de um ente querido. ?É um trabalho de humanização que estamos fazendo. É importante que as pessoas saibam sobre os benefícios que a doação traz para uma pessoa que necessita de um órgão?, informa o secretário estadual de Saúde, Cláudio Xavier.
Os palestrantes estão abordando temas como a situação dos transplantes no Paraná e no País, o papel da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do HT e a seleção dos possíveis doadores. Também está sendo discutida a questão da abordagem familiar e os critérios de distribuição dos órgãos.
Antigamente as notificações eram feitas por meio da Central de Transplantes que encaminhava um técnico toda vez que um possível doador era identificado. ?Muitas vezes o técnico não teria como comparecer ou chegava tardiamente. Para evitar isso, instalamos essa comissão para agilizar o possível transplante?, explica o diretor técnico do HT, Hermann Valentim Guimarães.
Com essa comissão, o hospital pretende dar mais agilidade na captação de órgãos. A equipe é composta por nove assistentes sociais com escala de 24 horas, além de três psicólogas que auxiliam na abordagem dos familiares, mostrando a importância e os benefícios da doação. Segundo a coordenadora da Comissão, Célia Turris Telis, o objetivo é melhor organizar o processo de captação. ?15% das abordagens que fizemos em 2006 foi transformada em transplante. Temos que aumentar essa captação para que mais pessoas possam ser beneficiadas?, disse.
A comissão foi criada em julho de 2006, baseada na portaria 1262/06 do Ministério da Saúde que prevê que todo hospital com mais de 80 leitos deve ter uma equipe de abordagem para transplantes. Os técnicos também notificam e informam diariamente a Central de Transplantes sobre a situação dos pacientes do Hospital. ?Estamos promovendo a conscientização e o esclarecimento para dinamizar a doação de órgãos e tecidos?, avisa a assistente social da Central de Transplantes, Edi Gláucia Repula.
Desde agosto de 2006, a comissão realizou 91 comunicações de pacientes internados que poderiam evoluir para ME (morte encefálica) e 97 abordagens de potenciais doadores. Destas, 15 doações foram efetivadas, sendo que 7 foram doadores de córneas, 3 foram doadores de córneas, ossos e valvas, 2 doadores de córneas e ossos, 1 doador de ossos e valvas, 1 doador de córneas e valvas, 1 doador de ossos. ?Ainda existe uma fila muito grande no Paraná e no Brasil de pessoas esperando doação e, com isso, esperamos ajudar a diminuir essa fila?, alerta Célia.