Cegueira atinge 500 mil crianças por ano

A prevenção da cegueira em crianças foi um dos destaques do último dia do XV Congresso Brasileiro de Prevenção da Cegueira e Reabilitação Visual, que terminou nessa terça-feira (03/09) em Pinhais. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica promoveu um simpósio com cursos e debates sobre problemas visuais infantis, desde doenças como a catarata e acidentes que provocam traumas oculares, até doenças raras como a Síndrome de Duane, que afeta a mobilidade do olho e atinge principalmente meninas até dez anos.

Segundo a oftalmologista paranaense Ana Teresa Moreira, ex-presidente da Sociedade, a saúde ocular das crianças está diretamente ligada à velocidade de dignóstico e tratamento das doenças. De acordo com a especialista, o período que vai de zero a sete anos é o mais delicado para a consolidação da visão. Tratadas nesta fase, muitas doenças podem ser curadas com rapidez e eficácia. Para algumas patologias entretanto, o fator tempo é ainda mais crucial, exigindo atenção de pais e pediatras.

É o caso da catarata congênita (percebida pela cor esbranquiçada do cristalino), uma das principais causas de cegueira infantil e que deve ser operada de preferência até o 3° mês de vida da criança. O glaucoma congênito (pressão irregular do globo ocular) também exige tratamento precoce. Além da questão hereditária, infecções intra-uterinas, doenças como rubéola e toxoplasmose, se contraídas pela mãe durante a gravidez,

aumentam as chances de perda da visão no recém-nascido.

“É muito importante conhecer o histórico familiar, fazer o exame pré-natal e a futura mãe tomar as vacinas indicadas. Além disso, uma consulta precoce ao oftalmologista ? antes dos três anos ? pode garantir um diagnóstico a tempo de realizar um tratamento eficaz, que aos nove anos, por exemplo, poderia não ter resultados” alerta a Dra. Ana Teresa. O diagnóstico precoce pode também indicar a tempo a presença de tumores como o retinoblastoma (que se espalhar pelo organismo cria risco de vida) e problemas como estrabismo, ambliopia (olho preguiçoso), miopia, hipermetropia e astigmatismo, que prejudicam a qualidade da visão e o rendimento social e escolar da criança.

Desafio

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano cerca de 500 mil crianças ficam cegas no mundo. A grande maioria delas se encontra em países em desenvolvimento. Entretanto, 59% das causas desta cegueira podem ser prevenidas ou tratadas. Higiene, boa alimentação, acesso facilitado a oftalmologistas e hospitais de olhos ? além de informação ? são medidas que podem garantir a saúde visual das crianças.

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