Com a chegada do calor, aumenta a preocupação com a ocorrência do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Mas as medidas preventivas adotadas nos dois últimos anos têm surtido efeito e mudado o panorama da doença no País. Segundo o Ministério da Saúde (MS), as ações de controle da dengue reduziram os casos em 73,3%. Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do MS mostram que nos seis primeiros meses deste ano 84.535 pessoas tiveram dengue, enquanto que em 2003 as notificações chegaram a 299.764.
No Paraná, conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a redução dos casos da doença no primeiro semestre deste ano é enorme. Em comparação com o mesmo período em 2003, os números caíram de 9,5 mil registros confirmados, para 87 até julho. E desses 87 casos, a contaminação de 41 pessoas aconteceu em outros estados. Os principais focos da doença no Estado, de acordo com a Sesa, estão nas regiões Norte e Oeste, em especial nas cidades de Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu.
Prevenção
As ações preventivas ocorrem durante todo o ano, mas são intensificadas nos períodos de calor. Segundo o médico sanitarista da Sesa, Natal Jataí de Camargo, esse trabalho está dando certo porque a população já está consciente da importância de manter os quintais limpos e de acabar com os recipientes que contenham água parada. Todos os conselhos municipais de controle da dengue estarão participando das iniciativas, juntamente com as secretarias e as regionais de saúde. A Sesa informou que neste mês mais de 100 mil folhetos e 25 mil cartazes serão distribuídos para os municípios, informando sobre os cuidados para evitar a doença. “É uma grande e trabalhosa iniciativa, mas que está dando resultados. Os casos diminuíram muito e as campanhas devem continuar para que esse número despenque ainda mais”, disse Natal.
O Ministério da Saúde reuniu ontem, em Brasília, o Comitê Nacional de Mobilização contra a Dengue, para traçar novas estratégias de combate à doença. Além disso foi apresentada a campanha publicitária para o Dia D (20 de novembro), com o slogan “Não deixe a dengue estragar o seu verão”.
Finados
Com as milhares de visitas aos cemitérios de todo o Estado na última terça-feira, Dia de Finados, os agentes de saúde terão mais trabalho nos próximos dias. Os vasos levados pelas pessoas, cheios de água, são pontos de proliferação do mosquito. Segundo a Sesa, os cemitérios, assim como ferros-velhos, são locais estratégicos e recebem visitas dos agentes a cada 15 dias. Uma alternativa para acabar com a possibilidade de reprodução dos mosquitos nos cemitérios seria a colocação de areia nos vasos, ao invés de água. “Vi que nos cemitérios do interior de São Paulo, as pessoas recebem saquinhos de areia para colocar nos vasos. Essa idéia é genial e faria grande diferença no controle dos mosquitos. Enquanto isso não ocorre, os agentes dão conta desses casos”, afirmou Natal.
