A satisfação sexual, em se tratando das mulheres, não começa pelo corpo. Apoio, atenção e carinho têm forte apelo erótico e agem no combate às dores vaginais sentias durante o sexo, comprova um estudo que acaba de ser publicado no The Journal of Sexual Medicine. Os gestos carinhosos diminuem a ansiedade e, como efeito direto, tornam a relação sexual mais prazerosa.
Para chegar a esta conclusão, a equipe de cientistas acompanhou 191 vítimas de vestibulodinia provocada (PVD), mal comum a 12% das mulheres na fase pré-menopausa e que tem como sintomas a diminuição do desejo sexual, a dificuldade em obter orgasmos, dor e queimação no canal vaginal.
A partir da aplicação de questionários, os especialistas identificaram o problema e sugeriram a adoção de medidas para minimizarem os desconfortos – sempre descartando a ação de medicamentos. Os casais foram incentivados a criar variações durante a atividade sexual, aumentando as carícias e a proximidade, evitando a penetração nas situações em que ela se tornasse fonte de tensão. As orientações renderam diminuição do estresse e melhora nas relações sexuais entre as participantes do estudo.
Discutindo a relação
O PVD, assim como outras disfunções de natureza sexual, pode ser motivo de constrangimento, causando brigas e o afastamento do casal. Falar claramente sobre o assunto e buscar ajuda de um ginecologista ou de um urologista, no caso dos homens. O especialista vai tratar a origem orgânica do desconforto, enquanto um terapeuta pode contribuir no alívio das pressões emocionais que este tipo de fragilidade provoca. “A terapia de casal foca prioritariamente a relação, em vez de aprofundar em questões internas de cada um separadamente”, explica a psicoterapeuta Marina Vasconcellos, especialista do Minha Vida.
Tome a iniciativa: Procurar tratamento para os problemas do casal pode ajudar a salvar o relacionamento, que sem intervenção, estaria fadado ao fracasso. “A terapia de casal foca prioritariamente a relação, não aprofundando em questões internas de cada um separadamente”, explica a psicoterapeuta Marina Vasconcellos.
De acordo com a especialista, as questões entre o casal devem ser resolvidas o quanto antes, pois assim, as chances de reerguer o relacionamento são muito maiores. “Pequenos conflitos quando devidamente trabalhados podem ser motivo de crescimento para o casal, mas quando se tornam grandes podem não ter mais uma solução amigável”, esclarece Marina.
Abra o jogo: Quando as coisas não vão bem, é comum que as pessoas guardem aquilo que gostariam de falar, acumulando pequenas insatisfações que poderão formar uma grande bola de neve. “Cada vez mais testemunho o quanto a falta de diálogo deteriora as relações, assim como o entendimento equivocado da fala do outro com interpretações distorcidas acabam por levar a inúmeras e desgastantes brigas”, revela a psicoterapeuta.
A especialista completa: “Não precisamos só saber falar, mas também saber ouvir o que o outro está dizendo e entender o verdadeiro conteúdo que está sendo comunicado”.
Respeite a individualidade: Mesmo que a terapia seja para o casal, é fundamental ressaltar que a individualidade deve ser respeitada. “Sabemos que para haver uma relação é necessário que duas pessoas com suas histórias de vida distintas se unam. Portanto, cada uma será levada em conta, mas apenas no que diz respeito a aspectos que interferem na relação atual”, argumenta Marina.
Autoreflexão: Reveja seus conceitos, assim como os objetivos de seu relacionamento. Mesmo sem saber, as pessoas acabam idealizando coisas em seus parceiros jogando todo o peso do casal para o outro. Segundo a especialista é comum se aproximar de por pessoas que não têm nada em comum e mais parecem opostas à sua personalidade. “No fundo, buscamos no outro o que gostaríamos de ter ou ser, e se um dia ele ou ela resolve mudar o seu jeito, a relação não faz mais sentido”, explica a profissional.