Brasília – A cada cinco minutos um brasileiro morre vítima de doença provocada pelo tabaco. O dado, estampado em um cartaz em um shopping de Brasília, chamou a atenção de Tadeu Ribeiro, 30 anos, que começou a fumar com 13 anos. Sem cigarro há sete anos, depois de 10 anos de vício, principalmente quando “tomava uma cervejinha”, Tadeu fez o exame que detecta o nível de nicotina no pulmão. “Nível de 20 partículas por milhão de outras partículas. Seu pulmão está normal”, informou o pneumologista Celso Rodrigues, coordenador do Programa de Controle de Tabagismo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Assim como Tadeu Ribeiro, mais de 2.500 pessoas fizeram o teste hoje, em mais uma ação da semana em que se comemorou o Dia Nacional de Combate ao Câncer (27 de novembro).
Celso Rodrigues calcula que são gastos R$ 11,8 milhões por mês no Distrito Federal em diagnósticos, remédios contra a dor, radioterapia e quimioterapia e outros problemas de saúde provocados pelo tabaco.
Com base nos números do DF, com uma população em cerca de 2,5 milhões de habitantes, sendo 700 mil viciados em fumo e estimando que cada uma fume uma carteira de cigarro por dia ao preço de R$ 1,50 são gastos com o vício R$ 31,7 milhões por mês. Desse total, 74% vai para o governo federal pelos impostos e 25% para o governo distrital pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Ou seja, calculo que o DF arrecade R$ 7,1 milhões por mês com a comercialização de cigarros, mas gasta R$ 11,8 milhões com seus doentes”, afirma Celso.
O câncer de pulmão é a terceira maior causa de morte no Brasil. Em 2001, foram 90.359 óbitos registrados, segundo números do Instituto Nacional do Câncer (Inca).