Campanha vai conscientizar 10 mil mulheres sobre gravidez não planejada

Índices preocupantes

Desde 1980, aumentou em 14,7% o número de crianças nascidas de mães entre 15 e 19 anos. São cerca de 700 mil meninas tornando-se mães a cada ano. O índice de crescimento de gravidez na adolescência entre garotas de 10 a 14 anos é mais preocupante: dos cerca de 2,7 milhões de partos, 35 mil ou 1,3% ocorrem nessa faixa etária. Em 93, era de 0,93%. Outro problema constatado pela pesquisa é que 86% das meninas de classe média e alta que ficam grávidas praticam o aborto, e, segundo o Ministério da Saúde, 50% das gestações não planejadas terminam em abortamentos provocados. Um dos métodos anticoncepcionais destacados nas palestras é a pílula do dia seguinte, que desperta muitas dúvidas entre as adolescentes. Esta é uma alternativa para quando ocorre o sexo desprotegido e não planejado, evitando assim os riscos de um aborto provocado.

Método seguro e considerado não abortivo pelo Ministério da Saúde e pela OMS (Organização Mundial da Saúde), essa pílula deve ser usada somente em situações emergenciais, como quando há falhas de outros métodos contraceptivos. “A pílula do dia seguinte pode ser uma boa opção para evitar o aumento de gestações não planejadas. Mas é preciso reforçar que esse é um método esporádico, que não deve ser usado com freqüência”, afirma Dr. Achilles Machado Cruz, ginecologista, obstetra, cirurgião do Hospital Alvorada, em São Paulo. A contracepção de emergência consiste na ingestão de dois comprimidos. O primeiro deve ser tomado nas primeiras 72 horas após a relação sexual desprotegida e o segundo com intervalo de 12 horas após o primeiro. Sua eficácia aumenta quanto menor for o tempo decorrido entre a relação sexual e a ingestão do medicamento.

O princípio ativo da pílula do dia seguinte é o Levonorgestrel, um progestogênio (hormônio sintético), encontrado no Pozato, contraceptivo de emergência produzido pela LIBBS Farmacêutica. Ele age de várias maneiras: retarda ou bloqueia a ovulação; provoca deficiência luteínica (inibe a produção de hormônios responsáveis pelas condições ideais da gestação); torna o endométrio (revestimento interno do útero) inadequado à implantação do ovo e torna o muco cervical espesso, impedindo que os espermatozóides migrem através do canal cervical (canal que liga a vagina à cavidade uterina), para fecundar o óvulo nas trompas. “Podemos concluir que esse método não é abortivo, já que a sua principal e mais eficiente atuação está em retardar ou impedir o fenômeno da ovulação”, confirma Dr. Achilles Machado Cruz.

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