As pessoas com deficiência ainda são discriminadas e excluídas socialmente. Não só porque ruas, construções, serviços ou produtos são feitos sem levar em consideração necessidades e diferenças entre os usuários, mas porque mitos e preconceitos ainda existem, dificultando os relacionamentos e as suas inclusões. A construção de uma sociedade mais igualitária requer a definição de políticas, planos e ações governamentais e civis de valorização do próximo, assim como atitudes de respeito ao próximo.
É importante que todos conheçam os direitos das pessoas com algum tipo de deficiência. Abaixo, algumas dicas e orientações básicas que ajudam na sua inclusão. São premissas que constam da cartilha Acessibilidade: Passaporte para a Cidadania das Pessoas com Deficiência. A publicação foi elaborada pela Comissão de Acessibilidade, criada com a finalidade de promover estudos, propostas e ações para tornar os prédios públicos acessíveis a todas as pessoas.
Pessoas que usam muletas ou cadeira de rodas
* Pergunte se a pessoa necessita de ajuda e de que forma você pode ajudá-la.
* Ao caminhar com uma pessoa que usa muletas, respeite o ritmo de seu andar e mantenha-se próximo, porém fora do caminho.
* No ônibus, se posicione atrás da pessoa para subir e na sua frente para descer as escadas.
* Ao guardar as muletas, procure deixá-las ao alcance de seu usuário.
* A cadeira de rodas é percebida pelo usuário como extensão de seu corpo, por isso, evite se apoiar na cadeira para não dificultar os movimentos.
* Ao conversar com uma pessoa na cadeira de rodas, sente-se de modo a ficar na mesma altura do seu olhar.
Pessoas que têm paralisia cerebral
A pessoa com paralisia cerebral apresenta movimentos desordenados e involuntários do corpo, membros e face; e tem dificuldade de articulação da fala. A paralisia não compromete as funções cognitivas. Por isso, não se deve confundir com deficiência mental. Caso não compreenda a mensagem, tenha paciência e peça para que ela seja repetida.
Pessoas com deficiência auditiva
* Há vários níveis e tipos de perda auditiva, que pode variar de leve a profunda. Dependendo do tipo, a pessoa pode utilizar aparelho auditivo ou realizar implante coclear. Alguns deficientes aprenderam a Libras (Língua Brasileira de Sinais) e outros desenvolveram a fala.
* Ao falar com uma pessoa surda, busque o contato visual, fazendo com que ela olhe para você. Fale em velocidade normal, para facilitar a leitura labial. Não grite, a não ser que lhe peçam para levantar a voz.
* Dirija-se sempre à pessoa surda, mesmo quando ela estiver com um intérprete.
* Use expressão facial e corporal para demonstrar seus sentimentos (sem exageros). A pessoa surda não percebe mudanças de tom ou de emoção na voz.
* Em eventos, providencie avisos visuais e um intérprete na Língua Brasileira de Sinais. Se for exibir filme ou programa televisivo, ofereça tradução ou legenda, ou providencie um roteiro para facilitar a compreensão.
Pessoas com deficiência visual
* As pessoas cegas necessitam de equipamentos e apoios para sua efetiva inclusão. Usam o sistema braile para leitura e escrita, o soroban para o aprendizado de números e cálculos, a bengala para locomoção e o cão-guia para orientação e mobilidade.
* Ao guiar uma pessoa cega, nunca puxe-a pelo braço ou pela bengala. Fique à sua frente e ofereça o seu braço. O movimento do corpo proporcionará orientação e segurança. Ao guiá-la, alerte-a, antecipadamente, sobre obstáculos como poças de água, buracos, bueiros, etc.
* Se estiver conversando, avise caso precise se afastar, pois a pessoa pode continuar falando sozinha.
* Direcione as mãos da pessoa cega no sentido do encosto do assento ao ajudá-la a se sentar, e avise se a cadeira possui ou não braços para que ela possa se orientar.
Pessoas com deficiência mental
* Trate-as como as demais pessoas e jamais as subestime. Sempre enalteça suas capacidades e possibilidades.
* Facilite a participação e a cooperação de pessoas com deficiência em diferentes situações. Evite comparações.
* Favoreça seu desenvolvimento físico, social e mental, aceitando-a no meio. Propicie oportunidades de participação em atividades rotineiras.
* Ouça com paciência quem tem comprometimento da fala e não complete as frases por ela. Permita que a pessoa se sinta à vontade para exercitar a comunicação.
Fonte: Comissão de Acessibilidade do Senado Federal