A maior parte da população brasileira dispõe de baixo consumo de elementos importantes para a saúde óssea, como cálcio e vitamina D, aumentando consideravelmente a chance de desenvolver Osteoporose. Essa foi a conclusão apontada pelo The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS), o primeiro grande estudo epidemiológico no Brasil a verificar os principais fatores de risco para fratura óssea na população brasileira. 

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O estudo acaba de ser concluído pela Unifesp/Escola Paulista de Medicina com patrocínio exclusivo da Wyeth. A análise teve como objetivo identificar os principais fatores de risco para fratura por Osteoporose.

De acordo com o médico coordenador do estudo, Dr. Marcelo Pinheiro, ?o desconhecimento das formas de prevenção e tratamento da Osteoporose por parte da população propicia a evolução do problema e pode gerar conseqüências mais drásticas, como fratura, limitação e incapacidade física. O diagnóstico precoce e a instituição de medidas de prevenção e tratamento (medicamentoso e não medicamentoso), associado ao uso de suplementação de cálcio e vitamina D é o meio mais eficaz para o fortalecimento da saúde óssea. É importante salientar que, em muitas situações, a ingestão alimentar desses nutrientes não consegue suprir as necessidades diárias do organismo".

A pesquisa contou com a participação de 2.420 indivíduos (1695 mulheres e 725 homens) acima de 40 anos de idade, com ou sem Osteoporose, em 120 municípios. As entrevistas foram pessoais e domiciliares, aplicadas durante um mês por uma equipe especializada. Foi observado que a maioria da população já ouviu falar de Osteoporose, mas desconhece suas principais conseqüências e formas de prevenção.

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A Osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, com conseqüente aumento da fragilidade do esqueleto e maior susceptibilidade à fratura por pequenos traumas. Sua principal conseqüência é a fratura, embora não seja imprescindível para o diagnóstico.

Segundo o levantamento, 75% da população é sedentária. Em termos percentuais, a falta de atividade física aumenta a probabilidade de fratura em torno de 10 a 15%. Além disso, a média de ingestão diária de cálcio é de 400 mg, ou seja, quase três vezes menor do que a recomendação diária, que varia de 1000 a 1500 mg. O cálcio e a vitamina D são elementos essenciais para a formação e mineralização do osso, já que propiciam melhor aquisição do pico de massa óssea e podem retardar a perda óssea decorrente da menopausa e avanço da idade.

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Um outro aspecto relevante da pesquisa é o impacto da Osteoporose na vida de cada indivíduo. De maneira geral, as pessoas que sofreram fratura em decorrência da doença apresentaram queda na qualidade de vida em todos os sentidos, desde capacidade funcional, limitação por aspectos físico/emocional e vitalidade até aspectos sociais e de saúde mental.

Embora 90% dos entrevistados já tenham ouvido falar em Osteoporose, 60% não tinham conhecimento de que o diagnóstico precoce deve ser feito por densitometria óssea. Da mesma forma, enquanto 85% dos pacientes acreditam nas formas de prevenção da doença, 80% ainda não modificaram seus hábitos de vida, ou seja, permanecem com baixa ingestão de cálcio e sem praticar atividade física. 

Foi observado que 85% dos homens e 70% das mulheres acima de 40 anos que já tinham sofrido fratura por mínimo trauma e de sítios esqueléticos típicos de Osteoporose (vértebra, fêmur, antebraço, úmero e costela), não sabiam ou não tinham diagnóstico de Osteoporose. Dessa forma, podemos concluir que a fratura, principal evento da doença, não tem sido valorizada nem pela população nem pela maioria dos médicos.

Dados internacionais também alertam isso. O paciente sofre uma fratura típica de Osteoporose e procura um ortopedista. O médico trata a fratura, mas não encaminha para o tratamento do que ocasionou a doença, a Osteoporose. Se isso fosse feito, diminuiria a chance de ocorrer uma nova fratura.