A promotora de vendas Ana Teresa está grávida de oito semanas e já engordou quatro quilos. Acostumada a se alimentar irregularmente, principalmente abusando dos lanches, não consegue se adequar a uma dieta mais saudável. ?Penso que, com esse desequilíbrio, não estou fornecendo a correta proporção de nutrientes a mim e ao meu bebê?, diz. Sabiamente, essa simbiose entre a mãe e o feto sempre priorizará e protegerá o mais fraco, o bebê. Ele sempre será alimentado, independentemente da mãe estar se alimentando adequadamente ou não. ?Muitas vezes, o feto utiliza as reservas de glicose da mãe, o que pode ocasionar mal-estar, com tonturas, escurecimento visual, tremores, sudorese e perda de consciência?, afirma a endocrinologista Ellen Simone Paiva, do Centro Integrado de Terapia Nutricional – Citen.
Do ponto de vista nutricional, a principal orientação pré-natal é que a futura mamãe consiga alcançar seu peso ideal antes de engravidar, seguindo um plano que objetive uma gestação saudável. Conforme a médica, nada de restrições severas, de perdas abruptas ou de jejum prolongado. Nos primeiros três meses de gestação, as necessidades calóricas da gestante não diferem daquelas indicadas antes da concepção. Nos dois trimestres subseqüentes e no período de lactação suas necessidades aumentam em até 500kcal/dia, alcançando um total de 2.100 a 2.800kcal/dia.
Quantidade x qualidade
O que se espera é que no primeiro trimestre da gravidez, a gestante não ganhe peso ou o faça de maneira muito discreta. O incremento no peso corporal, a partir do quarto mês de gestação, deverá ser programado de acordo com o peso da futura mamãe no início da gestação. ?Assim, quando a mulher inicia a gestação acima do peso ideal deverá ser orientada a seguir uma dieta que propicie um acréscimo em seu peso de cerca de 300g por semana e 7 a 8 kg ao final da gestação?, afirma a endocrinologista.
Geralmente, não deve haver diferenças significativas nas porções dos macronutrientes (carboidratos, gorduras e proteínas) na alimentação das gestantes em relação às não-gestantes. A proporção ideal, conforme Ellen Paiva, continua sendo 50% de carboidratos, 30% de gorduras e 20% de proteínas.
As proteínas devem ser escolhidas com o objetivo de não haver ingestão de gorduras saturadas e colesterol. Não há restrições na ingestão de doces, se a gestante estiver dentro do seu peso ideal. Deverão ser priorizados os menos gordurosos, como os doces de frutas e compotas.
A gravidez é um período no qual a mulher deve cuidar bem da alimentação, dada a importância dessa medida para o bom desenvolvimento do feto e para a prevenção de complicações durante a gravidez e o parto. ?Não se deve apenas aumentar a quantidade dos alimentos, mas observar a sua qualidade?, recomenda a endocrinologista.
A alimentação quando se tem enjôos
* Fazer refeições com intervalos de duas a três horas.
* Comer pouco de cada vez.
* Dar preferência a alimentos ricos em hidratos de carbono complexos (pão, torradas, bolachas).
* Evitar frituras e alimentos com muita gordura.
* Beber bastante água.
* Priorizar o consumo de sopas leves.
* Fazer caminhadas.
* Não deitar após as refeições.