A dona de casa Neide da Silva Santos, de 31 anos, que estava grávida de oito meses de um bebê anencéfalo, entrou em trabalho de parto e o bebê nasceu morto. Neide entrou na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju (SE), na noite de quinta e o parto ocorreu no dia seguinte. A dona de casa soube que estava grávida de um bebê sem cérebro no quinto mês de gestação. Na época, a família não procurou a Justiça para interromper a gravidez por falta de orientação.
No dia 12, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou o aborto no caso de anencefalia. Internada na semana passada com infecção urinária, Neide perguntou para os médicos se poderia interromper a gravidez, mas, como o acórdão do STF ainda não foi publicado, ela precisaria ter recorrido à Justiça para conseguir autorização. F., de 30 anos, grávida de quatro meses de um bebê anencéfalo, enfrenta situação semelhante em Pernambuco. Ela recorreu à Justiça para abortar, mas ainda aguarda decisão.
De acordo com o hospital, a dona de casa, moradora de Barra dos Coqueiros, região metropolitana de Aracaju, passa bem, mas não há previsão de alta. Familiares, porém, contam que Neide está muito abalada emocionalmente. “Ela viu o bebê, agora vai ficar com essa imagem na cabeça e só Deus para apagar. Esperamos que ela supere tudo isso e possa criar os três filhos”, lamentou Simone Oliveira, prima de Neide.
No País. O STF decidiu que mulheres que optam por interromper a gravidez de fetos anencéfalos e os médicos que fazem o procedimento não cometem crime. A decisão livra essas gestantes de terem de buscar na Justiça autorização para antecipar o parto. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Antonio Carlos Garcia