Banco de Leite do HC precisa de mais doadoras

O banco de leite materno do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) está precisando de mais doações. A arrecadação mensal hoje não chega a 200 litros, muito aquém dos 250 litros necessários para dar conta da demanda. Só a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal usa em média oito litros por dia, mas agora estão sendo ministrados apenas três litros. Algumas crianças são alimentadas com leite artificial, que é de difícil digestão e não protege contra as doenças como o leite materno.

Em média, 70 crianças precisam ser alimentadas por dia com o leite materno no HC. Parte delas, 24, está internada na UTI Neonatal. Agora, com a proximidade do inverno, a tendência desse número é aumentar, com a maior incidência das doenças respiratórias. Segundo a técnica em enfermagem Hellen Roehrs, o grande vilão da falta de leite é o estresse. As mães ficam preocupadas com a saúde do filho ou ainda passaram por complicações durante a gestação e parto. Isso acaba interferindo diretamente na produção de leite, e os bebês precisam contar com a colaboração de outras mães.

Hellen explica que o leite materno é muito importante para ajudar no restabelecimento e manutenção da saúde das crianças. As chances de um bebê que nasceu prematuro, alimentado com leite materno, desenvolver algumas doenças são bem menores em comparação com aqueles que foram alimentados com o leite artificial. Como o alimento não está disponível para todas as crianças, os médicos acabam tendo que escolher quem vai ganhar o leite materno. “A preferencia é dos bebês que estão mais debilitados.”

Contaminação

Além da falta de doadoras, a contaminação de parte do material também ajuda a agravar a situação. Cerca de 15%, ou seja 30 litros, são jogados fora todo mês. A contaminação ocorre durante o processo de coleta na casa das doadoras. Agora o hospital vai intensificar as orientações para as mães. Cuidados como lavar bem as mãos e manter o leite armazenado em um freezer ou congelador já ajudam.

Uma vez por semana funcionários do hospital vão até as casas das doadoras recolher o material. Depois, o leite é pasteurizado e passa por outros exames para verificar se está livre de contaminação. Todo o processo dura 48 horas. Hoje, o hospital tem 20 doadoras. O restante do leite é arrecadado com ajuda de outros hospitais e postos de saúde.

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