Baixa temperatura traz de volta a rotina das gripes e resfriados

Espirrar, tossir e assoar o nariz são práticas comuns nesta época do ano. Quando a temperatura começa a baixar, muita gente pega gripe ou resfriado. São classificadas como doenças corriqueiras e aparentam ser inofensivas, mas quando não tratadas adequadamente, podem acarretar problemas mais graves. Para tentar escapar delas, várias medidas são recomendadas, como uma alimentação mais saudável e uma grande ingestão de líquidos. Se a gripe e o resfriado já se manifestaram, resta somente ao doente combater os sintomas.

Os vírus da gripe e do resfriado estão no ar o ano inteiro, mas é no frio que há mais chances de ficar doente. “O frio mais o ar seco propiciam o aparecimento de várias doenças, entre elas a gripe e o resfriado”, conta Luc Weckx, integrante da Escola Paulista de Medicina. “No inverno, as pessoas tendem a ficar juntas e em ambientes fechados, o que facilita a dissiminação do vírus”, explica Carlos Massignan, pneumologista infantil do Hospital Pequeno Príncipe. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que no Brasil cerca de 20% da população são atingidos anualmente pelo vírus da gripe. Aproximadamente 10 mil pessoas morrem no mesmo período por doenças que evoluíram de uma gripe.

Gripes x resfriados

Apesar de muitos se confundirem e pensarem que gripe e resfriado são a mesma coisa, são doenças diferentes. O resfriado demora de quatro a sete dias para ser curado e é transmitido pelo vírus Rhinovirus, que causa coriza, irritação na garganta e obstrução nasal. Já a gripe, transmitida pelo vírus Influenza, tem sintomas mais intensos, como febre, mal estar e dores no corpo. A gripe demora de uma a duas semanas para ser curada. Se não tratada adequadamente, a gripe pode se transformar, por exemplo, em uma pneumonia, infecção nos ouvidos, sinusite, amigdalite e pode agravar crises de asma. Os problemas relacionados à gripe podem atingir qualquer pessoa, mas afetam em maior intensidade crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.

De acordo com Weckx, o melhor jeito de previnir a gripe é tomando vacina. “Ela é feita para três tipos de vírus, que são os mais fortes, porém existem mais cem outros tipos de vírus”, explica. “Caso a pessoa pegue uma gripe logo depois de tomar a vacina, não se pode dizer que foi ela que causou a gripe.” A vacina é recomendada para todas as idades, principalmente para os idosos.

Fora a vacina, os médicos avaliam que não há formas muito eficazes para se prevenir contra gripes e resfriados. “Você tenta não ir a lugares cheios e fechados. Não vai escapar em todos os momentos”, afirma Massignan. Mesmo assim, ele recomenda evitar comidas pesadas, ingerir bastante água, saladas cruas e carnes brancas, consumir frutas cítricas (fontes de vitamina C), repousar e se agasalhar bem, principalmente nas mudanças de temperatura. “Também deve-se evitar freqüentar piscinas em ambientes fechados”, orienta Weckx.

Segundo Massignan, já existem remédios que combatem o vírus da gripe, chegando a eliminá-lo em 24 horas. “Eles diminuem a progressão da doença”, diz. Na opinão de Weckx, esses remédios precisam ser utilizados logo no início das primeiras reações. “Mas às vezes o custo do remédio não justifica o seu emprego”, afirma. Na maioria das vezes, o que se faz é tratar os sintomas deixados pela gripe e resfriado com remédios antigripais e antitermais.

Crianças expostas

Além dos idosos, as crianças também sofrem muito no frio. “Elas sofrem porque o sistema imunológico delas não está totalmente desenvolvido”, conta Weckx. As crianças podem ter de seis a oito gripes por ano, enquanto um adulto pode pegar de duas à quatro vezes no mesmo período. “A via aérea de uma criança é menor do que do adulto. A obstrução pode ser três vezes maior”, revela Massignan. O pneumologista lembra que todos os anos neste período há um aumento de 25 a 50% nos atendimentos infantis.

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